15 novembro 2009


ARQUITETURA PEDAGÓGICA
A atividade de Seminário Integrador VII, tem me causado uma certa ansiedade. Enquanto me preocupo com a função de poder criar algo que realmete dê certo na questão prática, parece que as coisas não funcionam como deveriam. Estou preocupada com o rumo que esta questão está tomando, muito mais em relação ao que o grupo pensa do que na própria aplicação da atividade. Não sei se estamos conseguindo chegar a um denominador comum em relação à isto. Acho que com a função de termos orientações diferenciadas em relação à mesma, hora devemos aplicar, hora não precisamos mais. Mas como podemos saber da funcionalidade de algo se não aplicarmos? Eu, particularmente, penso que sim, pois temos a faca e o queijo na mão para isto. No entanto, entra a função do grupo. Nunca conseguimos ter a mesma opinião, sempre há divergências.

08 novembro 2009



DESMONTE DO PLANO DE CARREIRA DO MAGISTÉRIO ESTADUAL

Recebi esta carta de uma companheira do Cpers e decidi compartilhar com os demais colegas, para que, juntos, possamos lutar contra o desmonte do nosso Plano de Carreira:

"Estamos numa guerra. Precisamos usar nossas armas. Fazer esta divulgação e dialogar com quem for possível, principalmente com aqueles que têm o poder de decisão, que são os "digníssimos deputados", é urgente e necessário. Peço a tua colabração. Entra nesta luta com garra, coragem e força. O projeto de desmonte de nosso Plano de Carreira não pode passar na Assembleia Legislativa. Queremos o PISO, como PISO e não TETO como propõe a Governadora. Queremos salário e não prêmio. Somos profissionais e não competidores para sermos agraciados com prêmios.
Vamos à luta!"
Um abraço
Denise



NÃO SE DEIXE ENGANAR!
Outro dia, folheando a revista Veja num consultório médico, li uma reportagem bastante interessante que mostrava, com estatísticas, que as crianças de origem asiática, que vivem no Brasil, apresentam um desempenho escolar superior ao dos estudantes brasileiros.
O texto explicava que, nas classes onde elas são maioria, o silêncio e a atenção são uma constante. Ouve-se claramente a voz do professor explicando a matéria.
Dizia também que essas crianças dedicam nove horas diárias ao estudo (cinco na escola e quatro em casa) enquanto que as nossas, apenas cinco (as da escola)
Quando chegam em casa, essas crianças pegam seus cadernos, livros e estudam . Fazem os deveres de casa que o professor passa, lêem, treinam equações matemáticas etc.
Enquanto os brasileirinhos, em sua maioria, vagueiam pelas ruas empinando pipa ou jogando bola
Com isso, os asiáticos do nosso país estão conseguindo os melhores postos de trabalho (que são justamente aqueles que exigem maior qualificação e preparo)
Em empresas com ótima remuneração,assistência médico-hospitalar e condições de ascensão profissional
E tudo isso me fez lembrar de uma menina brasileira que morava no Japão e veio visitar os parentes que ficaram aqui. A tia dela era Orientadora na escola onde lecionávamos.
Certo dia estávamos em nossas classes, tentando dar aula e explicar a matéria para os alunos que, como sempre, só conversavam e brincavam de costas para a lousa...
enquanto isso, a tia , nossa orientadora, vagava com a garota pelos corredores da escola, procurando uma classe mais calma, onde a sobrinha pudesse ficar resolvendo as questões de uma provinha de terceira série que ela (tia) havia preparado, para verificar o aproveitamento e a adaptação da menina na escola japonesa.
Mas a menina ficou aterrorizada com a gritaria dos nossos alunos e preferiu resolver a prova na Biblioteca, alegando que não conseguiria concentrar-se com aquela bagunça ...
Perguntamos então o que acontecia, na escola dela, com os alunos que só queriam brincar, não estudavam e não respeitavam o professor em sala de aula
Ela disse que eles eram castigados
Perguntamos então qual era o tal castigo. E sabem o que ela respondeu????
Que não sabia, porque na classe dela nunca havia visto um aluno conversar durante as explicações ou desrespeitar seu professor....
Perceberam a diferença?
Nas escolas públicas de São Paulo, as salas de aula são superlotadas, com até 45 alunos por classe . Para esse auditório, o professor tem que ensinar: -o conteúdo das disciplinas (Matemática, Português História, Geografia, Ciências) + cidadania+ valores + educação sexual + higiene +saúde + ética + pluralidade cultural. Deverá também funcionar como psicólogo, assistente social, orientador educacional e orientador pedagógico, desempenhando também todos os deveres familiares que a sociedade resolver transferir para a escola.
Nossos alunos dizem que as aulas são chatas e alegam que não gostam de ler que ler não é divertido.... que jogar bola e empinar pipa é melhor... E todos logo gritam em coro: - Culpa dos professores que não dão uma aula divertida e atraente para as crianças
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo surge em cena alegando que o aluno que temos é assim mesmo e que os professores precisam aprender a ensinar... Rotula o magistério oficial como “professores nota zero”
O que eles querem esconder é que temos em classe crianças ( filhos de eleitores) que recebem o livro didático, cadernos e até mochilas mas “esquecem” em casa para ficar brincando durante a aula... Crianças que não fazem lição de casa, não estudam e nem sequer prestam atenção as explicações do professor em classe.
Para agradar os pais eleitores, a Secretaria da Educação encaminha os professores para cursos de “ capacitação ”, alegando que eles não têm mais capacidade para ensinar. Contratam firmas para dar esses cursos que segundo eles, tem o poder de transformar “profissionais despreparados” em professores criativos, prontos para dar uma aula eficaz, envolvente, estimulante e, ao mesmo tempo, divertida , capaz de fazer com que os alunos gostem mais da escola do que das partidas de futebol, mais de leitura do que dos jogos no computador....
É claro que esse discurso de responsabilizar o professor e varrer a sujeira pra baixo do tapete não vai levar a Educação a lugar nenhum. Mas serve perfeitamente para justificar, junto a opinião pública, os baixos salários pagos aos profissionais do estado que mais arrecada impostos no país.
Imagine que você está doente, vai ao médico e ele prescreve determinado remédio Você não toma o medicamento, não faz a sua parte e culpa o médico por não melhorar,.. Assim acontece nas escolas públicas paulistas: o professor ensina e os alunos não prestam atenção, não estudam, não fazem os deveres de casa , como nossos amiguinhos asiáticos Daí vem o governo e culpa o professor pelo mau desempenho dos “estudantes”
Para justificar mais uma vez a falta de reajustes e os baixos salários em SP o governo implantou um sistema de avaliação
Os professores recebem um bônus por produtividade, uma vez por ano, se os alunos estudarem se os alunos não faltarem; se os alunos não se evadirem; se os alunos ... E, como o aluno não quer saber de nada, estamos sem reajustes desde que o PSDB começou a governar (uns11 anos) .
Daí vemos o governador na TV dizendo que pagou seis mil reais de bônus aos professores. Só que se isso fosse averiguado direitinho, a verdade seria descoberta. Para se ter uma idéia, tem escolas onde nenhum professor recebeu bonificação porque...
houve evasão, porque o aproveitamento dos alunos não se alterou E assim por diante!
Sem contar que, nesse sistema de bonificação por produtividade, os aposentados, por não terem mais alunos , são castigados e estão sem reajuste há anos (desde que o governo de SP passou a avaliar professores pelo desempenho dos alunos ...)
Ninguém quer sugerir aos eleitores a receitinha das crianças asiáticas:
- fazer a lição de casa.
estudar,
- empenhar-se,
- dedicar-se.
Enfim, fazer sua parte!
A verdade é que o educador deixou de ser modelo para os jovens: ganhamos mal, nos vestimos mal e somos alvo constante da crítica social . Hoje, modelo para os jovens, são os milionários jogadores de futebol, pagodeiros e outros mais que prefiro nem relacionar aqui...
Vamos combinar, não dá para falar em Educação de Qualidade enquanto o profissional da educação for sistematicamente desvalorizado , tratado pelo governo, pelas famílias e pela mídia em geral como um inimigo público, um vagabundo etc. Nessas condições , que aluno vai querer ouvir o que uma pessoa assim tem a dizer?
Pedimos a todos que repassem esta mensagem para sua lista de contatos. Não temos voz na mídia e precisamos da internet para que a população saiba o que acontece nas escolas de SP.
Maristela Ferreira, 2 months ago

05 novembro 2009


PAULO FREIRE E FREI BETTO




Para Paulo Freire e Frei Betto, a escola deve estar baseada na política da dialogicidade, participação, troca de saberes e criticidade, onde seu principal papel é o de levar o educando a ter uma visão crítica do mundo, para que não venha mais a servir de massa de manobra para os interesses dos grandes opressores. Baseados nessa visão defendem o Tema Gerador como grande aliado, pois dele surge o intuito de investigação do próprio educando, ou seja, a partir de seus interesses e curiosidades busca o que quer e o que tem necessidade de aprender. Com esse processo o aluno deixa de ser um mero receptor de conteúdos e passa a ser o agente do processo ensino-aprendizagem, surgindo assim, uma educação diferente das que são praticadas ( ainda hoje) em boa parte das escolas, a educação bancária. O Tema Gerador tem como principal aliado o conhecimento prévio que o educando tem, ou seja, a bagagem cultural que adquiriu ao longo dos tempos, levando também em consideração o ambiente social em que ele (educando) está inserido. Com isso a busca de soluções para problemas bem presentes, é sempre levada em consideração. Outro grande aliado do tema gerador é a conscientização do educando sobre o seu papel dentro da sociedade, como pessoa capaz de agir e interagir, questionar, se indignar com as injustiças e lutar por seus direitos, ou seja, capaz de tornar-se um cidadão consciente de seus direitos e obrigações como tal.
O que antes era apenas uma utopia, hoje está mais perto de tornar-se realidade, pois com o passar dos anos, parece que os educadores estão tomando consciência do seu papel, não mais como simples transmissores dos conhecimentos estabelecidos previamente, mas que são responsáveis no papel de interlocutores do processo ensino – aprendizagem. Quem sabe, futuramente, não possamos ter escolas realmente voltadas para uma educação totalmente libertadora, capaz de entender que os educandos são capazes de adquirir seus próprios conhecimentos, conceitos e saberes?

03 novembro 2009

Sem Problemas.

Oi Ana, entrei como me pedistes e postei essa mensagem.Não vi problema nenhum. Quando entrei, cliquei em nova postagem e fui para o escrever.
Um abraço
Bea

24 outubro 2009


PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO

Ao assistir aos vídeos: "Possibilidades ao meu redor e Vamos passear na vassoura da Bruxa Onilda", pude aumentar a minha conscientização da importância que o planejamento tem no nosso dia a dia, tanto no sentido de trazer as possibilidades de aprendizagens aos nossos alunos, quanto no sentido de fazê-lo gostar das aulas. Nossos alunos não tem paciência e nem gostam da escola, por ela não lhes trazer nada de novo, por ser uma mera passadora de conteúdos programáticos e estabelecidos previamente. Sempre fui uma professora de planejamentos. Dia desses, em uma aula presencial, algumas colegas riram quando eu falei que fazia planejamento em um diário. Na hora fiquei pensando no quanto eu era antiquada com essa minha atitude, mas não deixei de usar esta prática. Lembro que ao cursar o magistério, há mais de vinte anos, tinha um pavor de ter que fazer aqueles planos horizontais, mas no decorrer desses anos, nunca consegui ir para minhas aulas sem eles. Mudei a forma de apresentação dos mesmos, passando a usar o diário, mas o planejamento sempre está presente. Uso todos os dados que são necessário para poder chegar ao objetivo ao qual me proponho . Essa mania se acentuou com a participação no Projeto do Geempa, no qual minha escola está inserida. A Ester sempre faz questão de que levemos nossos planejamentos para que possa analisar e passar adiante o que produzimos enquanto profissionais e o quanto é importante estarmos organizados dessa forma para podermos atender nossos alunos da melhor forma possível. Estarmos sempre atentos ao que eles buscam ou que tem de espectativa. Ano passado ao iniciarmos nossa capacitação, mesmo já sendo uma seguidora da proposta, eu tive muitas dificuldades ao conseguir me adaptar ao que estava surgindo à minha frente, pois eu havia feito as vanguardas pedágógicas há muito tempo e as mudanças ocorreram de uma forma significativa com o passar dos anos. Precisei me adaptar a muitas novidades surgidas nesse período. À princípio achei que poderia simplesmente ir pela sequência do livro que nos fornecido pelo Geempa, mas precisei me adaptar ao que meus alunos tinham de necessidades, de dúvidas, de fome de aprender . Aí vieram os planejamentos que não estavam inseridos no livro. De lá para cá, eu procuro suprir essas necessidades e sempre busco com meus alunos as formas de nos inserirmos dentro da aprendizagem (não sei se é dessa forma que deveria me expressar). Com o vídeo da bruxa pude me emocionar e perceber que estou tentando ir da mesma forma com meus alunos, pois sua fome de aprendizagem é cada vez maior e nunca estamos verdadeiramente preparados para as dúvidas que eles possuem. Acho que minha mudança de pensamento e de comportamento também se acentuou no decorrer do curso, pois minha vida profissional estava parada no tempo, eu não tinha mais uma visão tão romântica da educação. Quando paramos de estudar, parece que tudo ao nosso redor também pára. Passamos a viver um mundinho extremamente medíocre em relação à aprendizagem e, principalmente em relação a educação. Não somos capazes de ver que o mundo gira, que as coisas acontecem, que a mudanças explodem ao nosso lado e, simplesmente fechamos os olhos para elas. Não somos capazes de perceber que as possibilidades estão ao nosso redor e que nós podemos ter essas possibilidades ao nosso alcance. Hoje, ainda fico um pouco decepcionada ao ver que muitas vezes falo ao vento em uma das escolas onde trabalho, pois muitos colegas não percebem que seus alunos não estão ali para terem uma mera educação bancária e baseada em conteúdos preestabelecidos. Não são capazes de ver que seus alunos são muito mais do que pequenos expectadores de suas aulas. Eu hoje, posso me orgulhar de ter mudado meu campo de visão em relação à educação e certamente, não sou a mesma depois de ter a estudar. Muitos voltaram comigo, no entanto, o que lhes importa realmente, é o canudo. Eu não. Eu busco a minha real capacitação para poder fazer a diferença na vida de meus alunos. O mais importante para mim, é que pude perceber que eu amadureci profissionalmente e que não posso mais deixar as possibildades aparecerem e eu não levantar meus braços para alcançá-las. Muitas vezes paro para pensar em quantas vidas eu deixei de mudar ao ser uma simples professora que esperava o sinal bater para poder ir embora. isso me faz mal. Não posso voltar atrás, mas posso fazer a diferença daqui para a frente, simplesmente com organização e planejamento.

15 outubro 2009

TRABALHO DE LINGUAGEM

O texto transcrito abaixo, é de Lohany, filha de amigos meus, que tem sete anos está frequentando o segundo ano. Esta menina está sempre contando histórias e, o interessante é que também está sempre vestida com roupas de princesas. Usa vestidos que foram usados em seus aniversários e cada dia diz que é uma princesa diferente. Em uma de nossas conversas ela nos contou essas passagens.

(Para ouvir os áudios, clicar com o botão direito do mouse, ir a Objeto do gravador de som, em executar).

Gravação 01
"Uma vez eu e a Camila, minha vizinha, minha amiga ali távamos comendo bergamota aí a gente deu uma mordida e tomamo um banho de bergamota e a tia Tere, que é a minha tia , sabe, todo mundo sabe né, falo que que era pra gente tomar banho e a gente ficamo no pátio..”


Gravação 02
“Uma vez eu entrei num ônibus né, aí eu vi um velhinho sem uma perna aí aí eu falei bem assim : _ O que que aconteceu com a sua perna senhor? E ele falo: _Eu perdi. Aí eu falei bem assim ó: _ Báh! Não se preocupa que o meu pai acha pro senhor.”

Gravação 03 (sem a transcrição do áudio)

Ao analisar as histórias contadas por essa criança posso observar que ela procura contar passagens da sua vida cotidiana. Ela traz aqui um acumulo de experiências que são importantes e que marcaram sua vida até agora, fatos esses que possivelmente jamais esquecerá. Em suas narrativas usa um pouco a fantasia e acha engraçada a forma com que ela própria encarou estes acontecimentos, ri muito durante a sua narrativa. É importante esse tipo de narrativa, pois assim pode elaborar sua própria construção de pensamento dentro do universo que vive.
Ao fazer a terceira narrativa, onde conta uma história que já havia ouvido um adulto lhe contar, a História da Bela Adormecida, ela usa uma linguagem bem rica em detalhes, parece que tem a história decorada. Acho que pelo fato de ter uma identificação maior com histórias de princesas, e pelo fato dessas histórias fazerem parte de seu dia a dia. Como coloquei anteriormente, ela vive esta fantasia de ser uma princesa. No entanto, penso que sua linguagem é extremamente rica em criatividade quanto em detalhes por se tratar de uma criança que convive principalmente com pessoas adultas ( o meio em que vive interfere muito em sua narrativa). Enquanto a menina me contou as histórias, não achei necessário intervir em suas colocações, pois penso que seria desnecessário nessa situação. Por outro lado, caso não tivesse conversado com uma criança que tivesse o mesmo nível de amadurecimento, na narrativa, que esta, penso que poderia lhe fazer mais perguntas para ver até que ponto iria seu mundo de fantasia.
As narrativas são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças, pois delas dependem inclusive o seu desenvolvimento e a participação no mundo social.

05 outubro 2009

WALL.E



Já havia ouvido falar, mas não tinha tido a oportunidade de vê-lo. Um dos filmes mais lindos que já assisti. No último fim de semana o olhamos aqui em casa e, como estou trabalhando sobre meio ambiente com minhas crianças do dia, resolvi passar para eles também. Ao contrário do que imaginava, poucos haviam assitido. O filme fala de um grande amor de um robô ultrapassado com um robô moderníssimo. No entanto, o desenrolar se dá em função da grande destruição que foi deixada em nosso planeta pela própria humanidade, que o abandonou e passou a viver em uma gigantesca nave. O plano era que o retiro durasse alguns poucos anos, com robôs sendo deixados para limpar o planeta. Wall-E é o último destes robôs, que se mantém em funcionamento graças ao auto-conserto de suas peças. Sua vida consiste em compactar o lixo existente no planeta, que forma torres maiores que arranha-céus, e colecionar objetos curiosos que encontra ao realizar seu trabalho. Até que um dia surge repentinamente uma nave, que traz um novo e moderno robô: Eva. A princípio curioso, Wall-E logo se apaixona pela recém-chegada. Com o desenrolar da história conseguem descobrir uma pequena planta que ainda se mantém viva, o que dá uma nova esperança de voltarem a viver em nosso planeta. A história é espetacular e vale a pena levá-la aos nossos alunos.

PAULO ROBERTO


Lembro que quando eu era criança, ao lado de minha casa morava uma família que tinha oito crianças, dentre elas havia o Paulo Roberto, que era um menino surdo com a mesma idade minha, nós tínhamos uma relação muito próxima por esse motivo. O Paulo falava aos gritos, ou melhor, balbuciava algumas coisas, sempre gritando. Sua mãe não sabia de sua deficiência e foi alertada dela por minha mãe, pois era professora e já conhecia alguns casos de crianças com deficiência auditiva. Dona Dalva, sua mãe o levou ao médico, onde foi constatada a surdez. Com a ajuda de minha mãe, conseguiu uma vaga para ele no Instituto Concórdia, em Porto Alegre. Através desta escola ele conseguiu o aparelho auditivo, o que facilitou muito sua vida. No entanto, até ser detectada a surdez, conseguir escola e o aparelho ele já tinha quinze anos, ou seja, era um adolescente que já havia passado por diversos processos discriminatórios, inclusive da própria família, pois era tratado por todos em casa como um “retardado”, era uma das palavras usadas por eles. Ele nunca tinha aprendido a ler ou escrever, pois não se adaptava à escola e nunca nenhum professor deu atenção a sua falta de aprendizagem. Lembro que já éramos moços, em torno de dezesseis ou dezessete anos e fomos acampar. Levamos o Paulo Roberto junto, e foram as melhores férias que ele teve, pois conseguia participar de todas as atividades que fazíamos, pois ele não era mais “tão surdo” como antes, era o que dizíamos a ele. Eram brincadeiras bobas, mas também não sabíamos o que a surdez era na vida dele. Hoje, aos trinta e sete anos, ele é um homem trabalhador, e em sua profissão adquiriu muitas coisas, dentre elas uma boa posição dentro da empresa, pois é diretor de sessão em uma metalúrgica com um bom salário, é pai de família dedicado e responsável com seus filhos. Ainda temos contato, pois ele sempre diz que se não fosse por nós, amigos e minha mãe, ele estaria ainda sendo tratado como retardado. Embora eu já estivesse me formando aos dezessete anos, não conhecia os problemas que uma pessoa surda enfrentava, mas com o passar dos anos essa história ficou gravada em minha vida como uma das maiores lições que tive. Com a passagem dessa família por minha vida e mais especificamente com o Paulo Roberto, aprendi algumas coisas, dentre elas o alfabeto e, na época sabia alguns sinais, que representavam algumas coisas como: mãe, pai, amor, amizade, felicidade, raiva, tristeza e outras que não recordo. Infelizmente, com o passar dos anos e com o desuso, hoje não lembro de mais nada, a não ser do alfabeto, pois meu filho gosta muito de perguntar e lhe falei de algumas músicas que ouvíamos em que eram usados os sinais. Naquela época havia o programa da Xuxa, que tinha um espaço onde aparecia este tipo de linguagem. Atualmente, perto da casa de meus pais tem um rapaz que é surdo que trabalha em um mercado, mas não tenho muito contato com ele, e também interage somente aos gritos, pois não teve a mesma oportunidade que meu amigo. Sei que na escola estadual onde trabalho tem um menino que frequenta o primeiro ano que é surdo e, infelizmente, está tendo sérios problemas, tanto com os colegas como com a professora. A mesma está sofrendo muito, pois não tem capacitação para trabalhar ou atender este aluno, assim como não somos, nós professores, capacitados para atuarmos com nenhum tipo de deficiência.
Penso que poderíamos ter capacitação, para trabalharmos com pessoas deficientes, ou mais especificamente, surdas, como é o caso. Muitas vezes nos deparamos com situações que são imensamente constrangedoras para nós e, a deficiência faz parte de uma situação dessas. Às vezes ficamos durante muito tempo com alunos que não conseguem desenvolver a aprendizagem como deveriam, simplesmente porque não sabemos detectar nenhum tipo de deficiência, nem a surdez. Quando conseguimos perceber alguma coisa errada, pode ser muito tarde e estamos sujeitos a ter cometido erros graves com essas crianças, sem ao menos termos consciência disso.

02 outubro 2009

Argolinhas

Lendo o email enviado pela Íris, pude rever algumas coisas em relação ao que tenho produzido durante o semestre. Vi que embora tenha feito das tripas o coração para conseguir estar com tudo em dia, de nada tem adiantado. Tenho tentado produzir o máximo que posso: ler muito, postar as atividades em dia, participar dos foruns e refazer as atividades que deixam a desejar. Ao ver as tais argolinhas no material da Íris, percebi que todo o meu esforço parece ter sido em vão. Acho que nunca vou conseguir dar tudo o que puder, sem no final perceber que ainda poderia ter dado mais. às vezes penso em largar tudo e voltar a minha vidinha de antes, mas também penso que já passei por cada pedaço para chegar a té aqui... Acho que este curso está abrindo demais os meus olhos e não gosto muito disso, pois eu sofro demais em perceber isso. Eu queria tanto poder voltar atrás e ser a mesma professora de antes, que não se preocupava muito com as coisas e que não percebia que só poderia mudar alguma coisa com a minha mudança de comportamento. Acho que era mais feliz... Vejo alguns colegas nas escolas que são tão felizes por não se preocuparem com nada. \por que eu fui me meter nessa história de UFRGS?
Agora vem o Nestor falar em Diário de Classe, como se eu não soubesse o que é um diário de classe. Quando tivemos aula resencial com o Nestor, eu comentei com algumas colegas que tinha o diário, realmente, aquele feito em um caderno com as atividades diárias dos alunos, as observações e recomendações sobre as aulas. Elas riram muito e disseram que eu era tri atrasada, que isso não se usava mais. Eu vim para casa decidida aabolir o mesmo, mas não consegui, pois todos os anos, durante vinte anos eu faço o meu diário. Cada ano escolho um caderno mais bonito e mais atraente para fazer o meu diário. Penso sempre no que vai chamar mais a atenção dos alunos. Será que estou louca, e o diário virou caderno de chamada nos últimos anos e, eu fui a única que não percebeu? Não quero mais mudar. Quero voltar a ser eu mesma!

20 setembro 2009


EGOÍSMO


Lendo o texto solicitado na interdisciplina de Linguagem e Educação, lembrei de algumas imagens que me foram apresentadas ao longo dos anos ( mesma imagem apresentada na inter de Didática), dentre elas uma criança com a cabeça cheia de compartimentos, em cada um deles assuntos diferentes: matemática, português, história, geografia, ou outras disciplinas. Mostrando o quanto ainda nos preocupamos com a mudança de pensamento que o povo possa apresentar com a possibilidade de entender as coisas, como acontecia nos meados do período da industrialização, onde os homens de uma forma geral passaram a ser orientados a agir de forma mecanizada, sem poderem sair daquele circulo de produção, impedidos de levantarem suas cabeças e verem o que acontecia a sua volta. Penso que por esse motivo a escola ainda está voltada para si mesma, de uma forma muito egoísta, incapaz de se preparar para outro tipo de letramento que não seja simplesmente o escolar. Ainda estamos de alguma forma, vivendo a educação tradicional ou bancária, onde os alunos são meros sujeitos esperando que o conhecimento lhes seja colocado na cabeça, como se nelas tivessem caixinhas para isso. A escola preocupa-se, principalmente, em passar ao aluno o que é determinado através de conceitos preestabelecidos. Nossos alunos são sujeitos capazes de nos mostrar coisas que sequer conhecemos, pois pertencem a tribos de diversas naturezas, como por exemplo, igrejas, clubes, família e grupo de amigos. Não podemos esquecer que nossos alunos não nasceram somente no momento em que foram para a escola, mas que tiveram uma vida significativa anterior. Podemos observar esta vida também e, principalmente, com nossos alunos jovens, adultos e trabalhadores da EJA. Quando retornam para o espaço escolar, nos ensinam muitas coisas, muitas histórias de vida que nunca imaginamos em conhecer. Na realidade, não estamos preparados ainda para aprendermos com eles, pois fomos ensinados que estamos na escola para ensinar, pois somos considerados e nos achamos os mestres, e não para aprender.

18 setembro 2009

Sonhos roubados

O que me faz escrever hoje é algo que está me deixando inquieta desde ontem quando recebi um panfleto com o seguinte texto: O COMTRU ( Conselho municipal de Transportes Urbano de Alvorada) aprovou e a secretaria de Segurança Urbana (SMSU) está implantando novas regulamentações no transporte de passageiros da cidade, com o intuito de melhorar o tranporte.
Com essa decisão a partir do dia 1º de outubro não existirá mais a linha de ônibus A 70 e os moradores da Região do Sítio dos Açudes deverão pagar passagem R$ 2,30) e utilizar outro ônibus para poderem entrar na cidade.

Esse bairro localizado praticamente fora da cidade, abriga pessoas de situação de miséria total, e foram instalados lá por serem antigos moradores dos arredores do Arroio Feijó, local de grandes tragédias com enchentes e criminalidade. Com a distância em que foram colocados e com a situação financeira totalmente em situação de miséria, fez com que na administração anterior, da fosse implantada essa linha de ônibus( totalmente gratis) , onde os moradores podem ir a um ponto da cidade onde tem um paradão e poderem ter acesso a outras linhas de ônibus. Mas o que mais me deixa preocupada é o fato de ser professora da única escola que oferece Eja para os jovens e trabalhadores daquele local. ( Depois que descem do ônibus citado, os alunos caminham ainda cerca de 1km até a escola, e não tem como pagar a passagem cara desse jeito. Para irem e voltarem da escola o custo é de R$ 4,60 por dia). Como pessoa que mal tem o que comer poderão gastar isso? Com isso muitos de nossos alunos perderão a oportunidade de continuarem seus estudos e, tentarem dar a suas famílias uma perspectiva de vida melhor das que tiveram. Essa foi mais uma noite sem dormir, pensando no que leva as autoridades municipais a tomarem uma decisão dessas. Infelizmente, nada podemos fazer para reverter essa situação, irreversível, pois sequer fomos consultados para averiguação de alunos moradores do local. Saio todas as noites de casa, deixo minha família, para tentar ajudar com minha profissão, e orientar essas pessoas a terem um futuro melhor e, o descaso da administração os fará desistir do sonho de poderem se manter na escola. Faço esse desabafo com o intuito de poder colocar essa situação aos colegas de Alvorada, que nem sabem o que está acontecendo e para alertá-los de que naquele local moram pessoas que precisam somente da oportunidade de serem cidadãos dignos dentro dessa cidade. Sei que a visão geral da cidade é que lá só moram marginais, mas isso não é verdade, pois eu lido diariamente com essas pessoas e sei dos sonhos que possuem , das oprtunidades que procuram e do que lhes está sendo tirado. Ontem ao ouvir o Hino Riograndense na escola, não pude deixar de me emocionar pensando no quanto somos fortes se continuarmos unidos e lutando pelos nosso direitos, ou ao pouvir o Hino de Alvorada que fala de seu povo trabalhador e sonhador. Não basta, nós professores, vermos a importância do SEJA na vida de nossos alunos, se o próprio poder público, quem deveria respeitá-los, senão como pessoas dignas, mas como eleitores que foram iludidos com promessas de manterem aquela linha. Pergunto onde estão os vereadores, que vi andando naquele ônibus, indo à noite na minha escola pedindo votos, e que não se manifestam em relação ao problema apresentado. Estão acabando com dezenas de sonhos recomeçados com o SEJA. Afinal, a EJA não tem como função reparar os erros e injustiças anteriores e compensar o tempo perdido pelas injustiças? Essa reparação não cabe ao poder público? Que poder público é esse?

16 setembro 2009

REFERENCIAL

Uma professora fica com a mesma turma durante dois anos . Nessa turma, desde a primeira aula um menino chama sua atenção mais do que o normal, pois é uma criança agressiva, rebelde , brigona e nunca fala com ela com delicadeza. Porém esta criança tem uma mãe que está sempre presente, conversando com a professora, pedindo informações do filho, querendo ajudar no que for preciso. Aos poucos mãe e professora formam uma parceria para tentar resolver os problemas apresentados pela criança. No entanto, a professora não consegue aproximar-se da criança como se aproxima das outras. A mãe, tenta sempre ajudar o filho seguindo todos os conselhos dados pela professora e pela orientação da escola. Um dia, a professora precisa ausentar-se da sala, pois havia sido chamada na direção e logo tem sua atenção voltada novamente para sua sala, pois estabelecera-se uma gritaria nela. Quando retorna para ver o que ouve , o menino havia pulado a janela, pois pensara que havia ficado preso. Uma janela tão estreita que era quase impossível acreditar que poderia ter passado por ali, mas passara. Esse menino aprendera a ler muito mais rapidamente do que conseguira se apropriar da escrita, aliás nunca gostara de escrever ( mas sabia escrever), só lia, lia e lia. Ao final do ano fez a testagem e não escrevera uma palavra, no entanto interpretava textos e respondia oralmente tudo que lhe era proposto e, avançou para o próximo ano. Embora a mãe tenha sido avisada, no ano seguinte as mesmas dificuldades continuaram. A mãe continuava presente, no entanto, confessara a professora que estava se sentindo impotente em relação ao filho, pois além dos "problemas" apresentados por ele, também passava por dificuldades no casamento, financeiras e havia descoberto que estava com nódulos no útero. A mãe continuava indo, diariamente, a levar o filho na escola. O menino continuava apresentando o mesmo comportamento. Certo dia, recusou-se a conversar quando a professora lhe chamou e ameaçou jogar algo nela, o que foi passado à sua mãe, que conversara com ele, mas pouco adiantou. Ele lia, lia muito, porém continuava negando-se a escrever. Foi tentado de tudo. Ele faltou dois dias na escola, quando retornou foi questionado pela professora, e respondeu que a polícia havia ido a sua casa com o "homem da justiça" e os despejaram porque não tinham dinheiro para pagar o aluguel. Diz que chorou muito abraçado à mãe e ao irmão, pois o pai não estava em casa, mas no bar bebendo. Um vizinho emprestou o galpão dos fundos de sua casa para eles. Após quinze dias o menino faltou novamente a aula e a professora perguntou aos colegas por ele, ao que reponderam: a mãe dele morreu ontem. A professora perdeu o seu chão e desde então se pergunta se não poderia ter dado notícias melhores a mãe deste menino, que agora perdera todas as suas referencias de morada, de lar e de mãe. Parabéns a esta mãe que lutou até o último dia por seu filho "problemático e rebelde". Algum motivo ele tinha para sentir isso. O que será deste menino? Quem o defenderá das maldades do mundo? Quem o ensinará a ver o mundo de uma forma diferente da que vê hoje? Por que morrem mães com filhos pequenos? Tenho certeza que esta professora mudou sua forma de pensar em relação a muitas coisa desde que isso aconteceu e que certamente, a escrita não fará tanta diferença para ela apartir desta situação.

04 setembro 2009


O APAIXONADO




Na última quarta-feira tive a portunidade de experimentar duas sensações completamente diferentes, uma me agradou muito e, certamente não fará muita diferença para mais ningúem, além de mim. A outra, não me agradou nada e, certamente poderá causar algum desconforto,tanto para mim, quanto para outras pessoas. No entanto, vou me dar a luxo de colocar aqui somente a que me deixou mais apaixonada pelo que faço. Sou Educadora. Depois de um dia muito cansativo, de me preocupar com meu pai, com meu filho, com meu marido e principalmete, com meus alunos, fui para uma aula presencial, que seria mais uma preocupaão para mim, pois com certeza sairia de lá sem entender absolutamente nada. Foi então que dei de cara com um "velho, um senhor,um professor, um mestre, um apaixonado". Apaixonado Helvécio. Que nome estranho! Que figura estranha! Que velho louco!Que louco apaixonado!Me senti a aluna mais privilegiada do mundo, pois estava diante de um grande apaixonado pelo que faz, e que passa essa paixão aos seus alunos. Diante "daquilo", daquele ser estranho, parei para pensar o porque eu não tinha aquele T todo. Como pode este Helvécio dar aula há tanto tempo e ainda ter tanta ilusão com o que faz? E, como posso eu, com a metade do tempo de serviço dele, já ter perdido completamente as esperanças em relação à educação? Não seria eu extremamente egoísta ao ponto de achar que as esperanças acabaram? Que não tem mais solução? Foi então que percebi: a esperança e a ilusão estão dentro de mim e, que só eu posso resgatar este sonho e este T. Ao ver o Helvécio lembrei de um colega muito querido, muito amigo que esteve comigo durante muitos anos de minha vida, desde sua vinda para cá. Infelizmente, ele perdeu esta paixão e este amor pela educação. Jogou todos os sonhos fora, na lata do lixo. Queria eu, poder hoje lhe dizer "Amigo, ainda existe eperança na educação e no sonho, não desista.Eu vi isto nos olhos daquele velho.Vi nos olhos dele o mesmo que via nos teus." Vi o mesmo que vi em ti quando te trouxe comigo para o Seja e, infelizmente, lá vi tu perderes.


Vi o APAIXONADO!


Quero ser ele e continuar apaixonada.


Quero passar isto aos meus alunos.


Quero voltar a me apaixonar.


Quero ser o velho APAIXONADO.

30 agosto 2009

Linguagem/ SEJA

Na última quarta - feira, não fui à aula presencial, pois tínhamos reunião na escola para tratarmos alguns assuntos que há tempos vem nos incomodando, dentre eles está a mudança no perfil do aluno do SEJA ( Serviço de Educação de Jovens e Adultos). Há cerca de doze anos atrás, quando o serviço foi implantado no município de Alvorada, tínhamos basicamente alunos trabalhadores, hoje esta realidade teve uma mudança bem acentuada. Hoje nossos alunos são basicamente os jovens "problemas", oriundos do dia. Isto fez com que nossa trabalho também sofresse alteração, pois este perfil de aluno é bem diferente do que tínhamos quando iniciamos. Com esta mudança e com a mudança da Secretaria de Educação, fez com que nosso trabalho, aparentemente, ficasse parado, pois não temos proposta pedagógica determinada pela atual secretaria, o que tínhamos na administração anterior e, muito menos interesse por parte dos alunos. Com o intuito de podermos rever alguns de nossos conceitos, em minha escola, estamos desde o ano passado tentando nos aos novos alunos. Então buscamos novas propostas para tentarmos entender nosso aluno de hoje. Dentre nossas buscas estão focadas as novas formas de linguagens que podemos estabelecer com eles e, para isto na última quarta, assistimos à um documentário de Celso Antunes, que mostra as diferentes linguagens que podem ser usadas por nós educadores para alcannçarmos os alunos. O comentário feito por ele neste documentário que mais me chamou a atenção foi referente a uma professora chamada Yoko, onde ela coloca aos alunos que expressem suas férias, dando à eles várias de propostas de fazerem isto como com desenhos, com mímicas, com palavras, com textos e também através de música. Assim, tivemos a oportunidade de perceber que na realidade, nós professores ,que precisamos nos adequar ao perfil de alunos que temos, no entanto, não podemos esquecer do que pretendemos com nossos alunos, que sejam cidadãos de verdade, capazes de serem sujeitos atuantes e modificadores da sociedade em que estão inseridos.

23 agosto 2009

SEMESTRE 2009/02



SOZINHOS



Nas férias, saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo; nossos pais às vezes não sabiam exatamente onde estávamos, mas sabiam que não estávamos em perigo. Não existiam os celulares! Incrível!A gente procurava encrenca. Quantos machucados, ossos quebrados e dentes moles dos tombos! Ninguém denunciava ninguém... Eram só "acidentes" de moleques: na verdade nunca encontrávamos um culpado. Você lembra destes incidentes: janelas quebradas, jardins destruídos, as bolas que caíam no terreno do vizinho...???Existiam as brigas e, às vezes, muitos pontos roxos... E mesmo que nos machucássemos e, tantas vezes, chorássemos, passava rápido; na maioria das vezes, nem mesmo nossos pais vinham a descobrir... A gente comia muito doce, pão com muita manteiga...Mas ninguém era obeso... No máximo, um gordinho saudável... Nem se falava em colesterol...A gente dividia uma garrafa de suco, refrigerante ou até uma cerveja escondida, em três ou quatro moleques ninguém morreu por causa de vermes! Não existia o Playstation, nem o Nintendo... Não tinha TV a cabo, nem videocassete, nem Computador, nem Internet...Tínhamos, simplesmente, amigos!A gente andava de bicicleta ou a pé. Íamos a casa dos amigos, tocávamos a campainha, entrávamos e conversávamos...Sozinhos, num mundo frio e cruel...Sem nenhum controle! Como sobrevivemos? Inventávamos jogos com pedras, feijões ou cartas... Brincávamos com pequenos monstros: lesmas, caramujos e outros animaizinhos, mesmo se nossos pais nos dissessem para não fazer isso!Os nossos estômagos nunca se encheram de bichos estranhos! No máximo, tomamos algum tipo de xarope contra vermes e outros monstros destruidores...aquele cara com um peixe nas costas...(um tal de óleo de fígado de bacalhau).Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros, e tiveram que refazer a segunda série... Que horror! Não se mudavam as notas e ninguém passava de ano, mesmo não passando. As professoras eram insuportáveis!Não davam moleza... Os maiores problemas na escola eram: chegar atrasado, mastigar chicletes na classe ou mandar bilhetinhos falando mal da professora, correr demais no recreio ou matar aula só pra ficar jogando bola campinho... As nossas iniciativas eram "nossas", mas as conseqüências também! Ninguém se escondia atrás do outro... Os nossos pais eram sempre do lado da Lei quando transgredíamos a regras!Se nos comportávamos mal, nossos pais nos colocavam de castigo e, incrivelmente, nenhum deles foi preso por isso! Sabíamos que quando os pais diziam "NÃO", era "N Ã O". A gente ganhava brinquedos no Natal ou no aniversário, não todas as vezes que ia ao supermercado... Nossos pais nos davam presentes por amor, nunca por culpa... Por incrível que pareça, nossas vidas não se arruinaram porque não ganhamos tudo o que gostaríamos, que queríamos...Esta geração produziu muitos inventores, artistas, amantes do risco e ótimos "solucionadores" de problemas... Nos últimos 50 anos, houve uma desmedida explosão de inovações, tendências... Tínhamos liberdade, sucessos, algumas vezes problemas e desilusões, mas tínhamos muita responsabilidade...E não é que aprendemos a resolver tudo!!! E sozinhos... Se você é um destes sobreviventes... PARABÉNS!!!VOCÊ CURTIU OS ANOS MAIS FELIZES DE SUA VIDA...

Texto extraído do Blog de Beatriz Fagundes

12 junho 2009

CONCEPÇÃO INDÍGENA

Fazendo a leitura do texto proposto pude me ater a algumas observações, dentre elas, o fato de nunca ter dado, como educadora, a devida atenção às questões indígenas, ou seja, não tê-las trabalhado realmente como deveria, com meus alunos.
Lembro que quando era adolescente, ouvi muito falar no Projeto Rondon e queria muito fazer parte dele, acho que era um pouco modismo. Um dia, ao chegar a casa disse ao meu pai que havia me inscrito no projeto, ele quase teve um infarto e não deixou que eu participasse do processo de seleção, pois ainda era muito nova e não me deixaria ir para lugar algum. Daí em diante, acho que fiquei um pouco frustrada e perdi completamente qualquer estímulo que pudesse ter em relação ao assunto. No entanto, nunca fui alienada aos problemas enfrentados por nossos índios, principalmente na questão de preservação de sua cultura o ao direito legítimo de donos desta terra. Acho que um pouco disto se dá ao fato de eu ser ligada a um partido político de esquerda, que muito valoriza o socialismo e a igualdade entre as pessoas. Mesmo pensando assim, fui um tanto relapsa em relação a estas questões.
Vou tentar voltar ao que o texto me informa e a algumas outras informações que li. As Nações Unidas, diz que povos indígenas, são aqueles que, contando com uma continuidade histórica das sociedades anteriores à invasão e à colonização que foi desenvolvida em seus territórios, consideram a si mesmos distintos de outros setores da sociedade, e estão decididos a conservar, desenvolver e a transmitir às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua identidade étnica. Existem as concepções designadas pelos próprios índios, que são:
· Continuidade histórica com sociedade pré-colonial.
· Estreita vinculação com o território.
· Sistemas sociais, econômicos e políticos bem definidos.
· Língua, cultura e crença definidas.
· Identificar-se como diferente da sociedade nacional.
· Vinculação ou articulação com a rede global dos povos indígenas.
O texto diz que em 1.500, quando Pedro Álvares Cabral aqui chegou , haviam aproximadamente 5 milhões de índios. Hoje segundo dados do IBGE são pouco mais de 700.000, dado este coletado a partir de pesquisas utilizando o método de auto-identificação, realizado em todo país, mas de acordo com os dados da FUNASA, essa população indígena está dispersa por todo o território brasileiro, sendo que na região Norte concentra-se o maior contingente populacional indígena.
Existem Organizações Formais, que representam os interesses indígenas perante a sociedade nacional e global por meio das quais podem ser construídas alianças para resolver demandas e, que constitui um passo importante na redefinição do lugar dos povos indígenas no Brasil. Vê-se que os povos indígenas são sobreviventes e resistentes da colonização européia tentando uma recuperação do orgulho e da auto-estima identitária e, buscam consolidar um espaço digno na história e na vida multicultural do país. Na verdade o termo “índio” foi por muito tempo visto como uma forma pejorativa, já que não existe nenhum povo, tribo ou clã com esta denominação. Na verdade cada individuo pertence a um povo, possuindo sua denominação própria. A partir da década de 70 os índios perceberam que seria melhor aceitar esta terminologia, pois assim fortaleceriam seus povos, principalmente na sua identidade e na demarcação de seu território. Então, a partir da denominação pejorativa passaram a ser capazes de unir povos historicamente distintos e rivais na luta por direitos e interesses comuns.
Hoje, os povos indígenas, são menos reprimidos, tornando-se assim, capazes de retomar seus projetos sociais étnicos e identitários. Estão resgatando suas culturas e tradições que são valorizadas. Suas Terras estão sendo reapropriadas ou recuperadas. Sua linguagem vêm sendo reaprendida e praticadas nas aldeias e nas escolas indígenas Seus rituais e cerimoniais recuperados. Mas o povo indígena não que deixar de se modernizar, interagindo com outras culturas.
Penso que cabe a nós, educadores, sermos porta-vozes e mediadores da igualdade entre as diferentes etnias e culturas. Devemos salientar tudo o que existe de valoroso entre os diferentes, levando aos alunos a concepção de que todos somos seres capazes de produzir, ensinar e aprender de forma igual e que ninguém é inferior.



O HOLOCAUSTO
O holocausto, que significa o extermínio de dezenas de pessoas na Europa nazista, nunca mais se repetirá, é uma loucura. Para ele, sendo a sociedade dividida em grupos, pode facilitar a ocorrência de episódios semelhantes, pois estes grupos podem desenvolver um senso de superioridade aos demais, como ele próprio afirma. Percebemos estes episódios principalmente entre os mais jovens que se agrupam para içarem aquém das regras ditadas pela sociedade, regras de convívio e de respeito com os outros e com si próprios
Em seu texto, “Educação após Auschwitz”, Adorno nos passa a idéia de que cabe a escola se opor às barbáries que ocorreram e que poderão ocorrer novamente, pois cabe a ela desenvolver em nossos jovens o senso crítico, o tornando capaz de tomar suas próprias decisões, e não permitir que suas atitudes sejam direcionadas por outras pessoas que não ele próprio, tendo a ele autonomia sobre suas decisões e ações. Somente através da educação poderemos evitar que episódios como o de Auschwitz, se repita.
Percebo que, embora nossos jovens procurem grupos para se relacionarem, eles são muito sós, e precisam muitas vezes se virar sozinhos, pois muitas famílias não participam de suas vidas. Esta ausência familiar gera a falta de valores que muitas vezes causam o tal abandono de nossos jovens. A escola tem um papel fundamental nesse processo, principalmente no que se refere à consciência dos mecanismos que podem levar uma criança ao se tornar adulto um representante da barbárie.

21 maio 2009


SOMOS TODOS IGUAIS


O Brasil é o país da multiplicidade e, as diferenças culturais, sociais, étnicas e religiosas já estão a algum tempo presentes nas nossas escolas, por isso, não podemos fechar nossos olhos para outra diferença, pois o legal hoje é ser diferente, ou seja, diferente é não ver ninguém com diferença.




Muitas são as vias, que nós, educadores, criativamente, podemos traçar para atender as essências contidas nas vozes dos alunos afro-brasileiros, no entanto, a Dra.em Educação da Emory, afirmou que os professores devem ser orientados no sentido de entender as culturas, mudar as crenças preconceituosas que eles têm sobre os alunos, de modo a descobrirem o gênio que há dentro de cada criança”.

Levando em conta a citação feita acima, procurei realizar a atividade de uma forma um pouco diferente do que foi pedida. Separei os alunos em duplas e lhes propus algumas perguntas para fazerem entre si. Com as respostas nas mãos, estas eram lidas para o restante do grande grupo. As perguntas sugeridas foram: Como você se sente sendo aluno desta escola? Você já foi tratado de forma diferente por alguém da escola? Você se sente diferente de alguém da escola?
Formamos o grupo para a discussão das respostas dadas, o que foi bem tranquilo. A atividade foi realizada com os alunos do SEJA, ou seja, com alunos adultos. Nenhum aluno colocou que já tenha passado por alguma situação que tivesse lhe causado algum tipo de constrangimento na escola, bem pelo contrário, todos colocaram que sempre foram tratados de forma igual por e a todos. Nossa escola tem alguns projetos que fazem parte de nosso cotidiano e que procuram tratar da igualdade, fraternidade e solidariedade entre as pessoas, dos quais destaco: Nação Periférica, Negras de Garra e Tribos. Estes projetos tratam de forma muito clara e aberta às tradições culturais dos negros, das comunidades periféricas, bem como todas as formas culturais de todos os que envolvem o universo da escola.

FALTA DE ATENÇÃO COM AS CRIANÇAS PORTADORAS DE NECESSIDADES ESPECIAIS


Como o papel aceita tudo, as ideias são livres e os discursos são abertos, ao menos neste sentido a inclusão dos alunos com deficiência no sistema público de ensino é uma política impecável e maravilhosa. Porém,na prática, este modelo de educação passa por grandes desafios, começando pela falta de preparação dos professores, falta de acesso nas escolas e nenhum projeto pedagógico específico. Melhor dizendo, as escolas brasileiras não foram pensadas para incluir, embora as leis sejam perfeitas, como disse, no papel. A inclusão deveria implicar no aprimoramento e na formação dos professores para realizar propostas de ensino inclusivo e, também, para que a escola se modernize, atendendo às exigências de uma sociedade que não admite preconceitos, discriminação, barreiras entre as pessoas sendo elas normais ou não. Assim poderíamos ter um futuro diferente para pessoas portadoras de necessidades especiais e para as comuns, na escola.

07 maio 2009

Não tenho curiosidade...
Sinceramente, estou há alguns dias tentando encontrar algo que realmente me cause curiosidade, mas nada...Não tenho interesse em saber como funciona o pensamento de crianças que possuem autismo, pois isto é um assunto que já deve ter sido visto e revistro por milhares de estudiosos. O que realmente me causa curiosidade é o porque os poderosos deixam que epidemias caiam sobre a população, sendo que stas já surgiram antes e não pensaram em tentar evitá-la para que não arrase a humanidade. Será que o interesse é em deixar que de tempos em tempos surjam estes riscos para diminuir um pouco a alta população terrestre? Isto sim me causa curiosidade.

17 abril 2009

MOSAICO


Esta é a primeira postagem oficial de uma atividade do semestre que realizo em meu blog. Não estava muito empolgada com as atividades que nos foram propostas até agora, portanto estava um tanto arredeia com tudo e também tem todo o problema que estou enfrentando com o meu PC, que me custou uma boa grana para arrumar e não ficou era o esperado. Portanto, estou com tudo atrasado e um tanto incompleto.


No entanto fiquei muito ansiosa para realizar a atividade do mosaico, o que me fez parar para pensar em algumas coisas referentes ao tipo de metodologia que utilizo ao trabalhar determinados assuntos com meus alunos. Nunca havia me dado por conta da forma com que trabalhar as questões étnicos raciais em sala de aula. Realmente me vi numa saia bem justa. O que fazer? Não sei se o que fiz foi da dorma mais correta, mas acho que consegui ver e rever alguns conceitos com m inhas crianças. Primeiro, pedi que eles conversassem em casa com seus pais sobre a origem de suas famílias, e relatassem em seus cadernos o que surgiu dessa conversa, o que foi discutido em sala de aula com os demais colegas. Tiveram uma boa discussão de onde vinham suas famílias. Muitos concluíram que vinham de países da Europa, como Portugal, Alemanha, Itália entre outros. De uma forma geral, muito poucos tinham antescedentes vindo de outros lugares. Com a atividade podemos encontrar no mapa mundi estes países, até que um dos alunos falou: "Pro, meu pai disse que toda a humanidade teve seu berço na África, é verdade? " Foi aí que iniciou-se outras discussões, pois este aluno é de origem italiana e ele não acreditava na história do pai, que lhe contou que seu tataravô era negro, vindo da África. "Como eu posso ser branco se o antecedente de meu pai era da África e bem preto? Porque eu sou de raça diferente?" Então outro colega, que é um baita avião disse: " Fulano, quem tem raça diferente é bicho, a gente é gente e, gente é tudo da mesma raça, a raça de pessoas." O papo foi bem longe. A partir de todos estews fatos discutidos e levantados lhes expliquei que realizaríamos uma atividade chamada mosaico, e que recortariam fotos de pessoas de revistas e colaríamos em uma cartolina, conforme a divisão de grupos, e foi o que fizemos. Mas o tal menino que é um avião chegou na sala no outro dia e disse. " Pro, nem sabe! A gente fez tudo errado, pois mosaico temque ser um desenho onde a gente cola pedacinhos de alguma coisa para enfeitar este desenho." Foi aí que decidimos fazer alguns desenhos e apartir deles criar nossos mosaicos. Ficaram muito bons e além do mais fizemos discussões bem significativas sobre o assunto. Esta turma é muito boa, pois faz parte do Projeto Piloto de alfdabetização de nove anos e eles tem uma vriticidade muito bem trabalhada desde o primeiro ano, pois hoje estão no terceiro. Acho que fiquei realizada com aatividade, embora não tenha certeza se a realizei da forma mais correta. As fotos dos alunos serão colocadas em um slide para apreciação de todos.

06 março 2009

A ESCOLA
"Escola é...
o lugar onde se faz amigos
não se trata só de prédios, salas, quadros,programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo,
gente,
gente que trabalha,
que estuda,
que se alegra,
se conhece,
se estima.
O diretor é gente,
O coordenador é gente,
o professor é gente,
o aluno é gente,
cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
na medida em que cada um se comporte
como colega, amigo, irmão.
Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir
que não tem amizade a ninguém
nada de ser como o tijolo que forma a parede,
indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar,
não é só trabalhar,
é também criar laços de amizade,
é criar ambiente de camaradagem,
é conviver, é se ‘amarrar nela’!
Ora , é lógico...
numa escola assim vai ser fácil
estudar, trabalhar, crescer,
fazer amigos, educar-se,
ser feliz."

de Paulo Freire