12 junho 2009

CONCEPÇÃO INDÍGENA

Fazendo a leitura do texto proposto pude me ater a algumas observações, dentre elas, o fato de nunca ter dado, como educadora, a devida atenção às questões indígenas, ou seja, não tê-las trabalhado realmente como deveria, com meus alunos.
Lembro que quando era adolescente, ouvi muito falar no Projeto Rondon e queria muito fazer parte dele, acho que era um pouco modismo. Um dia, ao chegar a casa disse ao meu pai que havia me inscrito no projeto, ele quase teve um infarto e não deixou que eu participasse do processo de seleção, pois ainda era muito nova e não me deixaria ir para lugar algum. Daí em diante, acho que fiquei um pouco frustrada e perdi completamente qualquer estímulo que pudesse ter em relação ao assunto. No entanto, nunca fui alienada aos problemas enfrentados por nossos índios, principalmente na questão de preservação de sua cultura o ao direito legítimo de donos desta terra. Acho que um pouco disto se dá ao fato de eu ser ligada a um partido político de esquerda, que muito valoriza o socialismo e a igualdade entre as pessoas. Mesmo pensando assim, fui um tanto relapsa em relação a estas questões.
Vou tentar voltar ao que o texto me informa e a algumas outras informações que li. As Nações Unidas, diz que povos indígenas, são aqueles que, contando com uma continuidade histórica das sociedades anteriores à invasão e à colonização que foi desenvolvida em seus territórios, consideram a si mesmos distintos de outros setores da sociedade, e estão decididos a conservar, desenvolver e a transmitir às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua identidade étnica. Existem as concepções designadas pelos próprios índios, que são:
· Continuidade histórica com sociedade pré-colonial.
· Estreita vinculação com o território.
· Sistemas sociais, econômicos e políticos bem definidos.
· Língua, cultura e crença definidas.
· Identificar-se como diferente da sociedade nacional.
· Vinculação ou articulação com a rede global dos povos indígenas.
O texto diz que em 1.500, quando Pedro Álvares Cabral aqui chegou , haviam aproximadamente 5 milhões de índios. Hoje segundo dados do IBGE são pouco mais de 700.000, dado este coletado a partir de pesquisas utilizando o método de auto-identificação, realizado em todo país, mas de acordo com os dados da FUNASA, essa população indígena está dispersa por todo o território brasileiro, sendo que na região Norte concentra-se o maior contingente populacional indígena.
Existem Organizações Formais, que representam os interesses indígenas perante a sociedade nacional e global por meio das quais podem ser construídas alianças para resolver demandas e, que constitui um passo importante na redefinição do lugar dos povos indígenas no Brasil. Vê-se que os povos indígenas são sobreviventes e resistentes da colonização européia tentando uma recuperação do orgulho e da auto-estima identitária e, buscam consolidar um espaço digno na história e na vida multicultural do país. Na verdade o termo “índio” foi por muito tempo visto como uma forma pejorativa, já que não existe nenhum povo, tribo ou clã com esta denominação. Na verdade cada individuo pertence a um povo, possuindo sua denominação própria. A partir da década de 70 os índios perceberam que seria melhor aceitar esta terminologia, pois assim fortaleceriam seus povos, principalmente na sua identidade e na demarcação de seu território. Então, a partir da denominação pejorativa passaram a ser capazes de unir povos historicamente distintos e rivais na luta por direitos e interesses comuns.
Hoje, os povos indígenas, são menos reprimidos, tornando-se assim, capazes de retomar seus projetos sociais étnicos e identitários. Estão resgatando suas culturas e tradições que são valorizadas. Suas Terras estão sendo reapropriadas ou recuperadas. Sua linguagem vêm sendo reaprendida e praticadas nas aldeias e nas escolas indígenas Seus rituais e cerimoniais recuperados. Mas o povo indígena não que deixar de se modernizar, interagindo com outras culturas.
Penso que cabe a nós, educadores, sermos porta-vozes e mediadores da igualdade entre as diferentes etnias e culturas. Devemos salientar tudo o que existe de valoroso entre os diferentes, levando aos alunos a concepção de que todos somos seres capazes de produzir, ensinar e aprender de forma igual e que ninguém é inferior.



O HOLOCAUSTO
O holocausto, que significa o extermínio de dezenas de pessoas na Europa nazista, nunca mais se repetirá, é uma loucura. Para ele, sendo a sociedade dividida em grupos, pode facilitar a ocorrência de episódios semelhantes, pois estes grupos podem desenvolver um senso de superioridade aos demais, como ele próprio afirma. Percebemos estes episódios principalmente entre os mais jovens que se agrupam para içarem aquém das regras ditadas pela sociedade, regras de convívio e de respeito com os outros e com si próprios
Em seu texto, “Educação após Auschwitz”, Adorno nos passa a idéia de que cabe a escola se opor às barbáries que ocorreram e que poderão ocorrer novamente, pois cabe a ela desenvolver em nossos jovens o senso crítico, o tornando capaz de tomar suas próprias decisões, e não permitir que suas atitudes sejam direcionadas por outras pessoas que não ele próprio, tendo a ele autonomia sobre suas decisões e ações. Somente através da educação poderemos evitar que episódios como o de Auschwitz, se repita.
Percebo que, embora nossos jovens procurem grupos para se relacionarem, eles são muito sós, e precisam muitas vezes se virar sozinhos, pois muitas famílias não participam de suas vidas. Esta ausência familiar gera a falta de valores que muitas vezes causam o tal abandono de nossos jovens. A escola tem um papel fundamental nesse processo, principalmente no que se refere à consciência dos mecanismos que podem levar uma criança ao se tornar adulto um representante da barbárie.