22 junho 2010

Reflexão da 10ª Semana
10ª Semana de 14/06 - 18/06/2010

Esta foi uma semana bem especial, pois foi a semana de abertura do jogos oficiais do Brasil na Copa 2010. Todos ficaram muito eufóricos com isso.
As atividades dessa semana foram especificamente direcioneadas a esse assunto. Confesso que já estou um pouco cansada e muitas coisas deixei se perderem no decorrer dos dias, mas vou tentar fazer um apanhado geral do que se desenvolveu ao longo desses dias.
Na primeira atividade da semana, que foi a identificação dos países participantes da copa 2010, eles apresentaram um pouco de dificuldade com o manuseio dos Atlas, pois para muitos, o livro parecia um ser de outro mundo. Essa atividade foi de maior facilidade para os alunos mais jovens, embora demonstrassem estar realizando sem tanta espectativa quanto os alunos mais velhos. No final deu tudo certo e todos conseguiram desenvolver a atividade de forma bem satisfatória. Escolheram os países e confeccionaram suas bandeiras, bem como fizeram a pesquisas dos idiomas falados neles. A professora de espanhol , Daniele Picolli veio até a nossa sala de aula para conversar um pouco com eles e falar sobre a origem da língua falada nos países de origem espanhola, ou seja, que falam o conhecido castelhano. Eles gostaram muito! Essa experiência já tinham experimentado no ano anterior quando participaram da Feira Latina da escola, mas agora foi mais gostoso, conforme a fala do Vilmar.
Na segunda aula da semana, trabalhamos o uso de alcool e fumo e os amlefícios que estes causam a saúde, principalmente de esportistas. Foi levantado por eles a propaganda que está passando na televisão do Romário falando que ele que entende de cerveja, pois na copa anterior fugia para beber. Foi colocado por eles da má influência que esse tipo de depoimento pode trazer de influência para a vida de pessoas que o acham e o tratam coo um ídolo. foram várias as falas nesse sentido. A tia Maria trouxre o exemplo de um sobrinho seu que deixou de ser jogador do Grêmio, pois aos dezesseis anos treinava na escolainha desse time e por ter começado a fumar maconha e experimentar o álcool, perdeu aoportunidade de ser hoje um grande jogador de futebol. Contou que ele treinava junto com o Renato Poralupi e até hoje é uma pessoa frustrada por ter colocado toda a sua vida no lixo. Infelizmente, isso serviu para que ele continuasse a beber e se lamentar eternamente. Os alunos mais jovens parecem que não levam tão a sério esse tipo de assunto, pois um dos meninos, o Keuller, fica o tempo todo dando risadinha se debochando, mas no decorrer do tempo a maioria da aula foi mais produtiva do que extressante. Pesquisamos em revistas mais coisas sobre o assunto. Também foi estendido o assunto para o caso do trinador da argentina, que é visiado em cocaína , mas aparentemente, está limpo por algum tempo, mas isso não faz com que deixe de ser insuportável, como disse o seu Cristovão.
Usamos também o que tínhamos de material para trabalharmos a questão da alimentação que os atletas usam para terem um melhor desempenho durante as competições. Nisso ficamos um bom tempo conversando. Foi lembrado um Globo reporter que passou outro dia sobre alimentação.
A pesquisa no AI, foi um tanto desestimulante, pois tinham poucos alunos na aula, pois este foi um dia de bastante chuva e tivemos pouquíssimos alunos em aula. No entanto pudemos ver algumas coisas referentes ao desemprego no país sede da Copa e também aqui no Brasil e principalmente em nossa região. Usamos os dados e realizamos problrmas matemáticos, onde eles próprios criram as situações e trocaram com os colegas para resolução.
A atividade de sexta- feira, foi juntamente com as totalidades 1 e 2.

Não sei se tenho tido uma experiência tão significativa quanto meus alunos, mas tenho percebido que tenho desenvolvido muitos conflitos ao realizar as leituras referentes a Educação de Jovens e adultos. quando leio Paulo Freire em sua experiência em São Tomé e Príncipe, penso se esta não é a mesma experiência que nós educadores estamos tendo aqui em nosso dia a dia. Isso é tão rico que me faz pensar e ter mudanças de pensamentos frequentemente em rrlação a a prendizagem .
Freire diz:
"Assumir a ingenuidade dos educandos demanda de nós a humildade necessária para assumir também a sua criticidade, superando, com ela, a nossa ingenuidade também."
Diante disso, faço mais fortes as minhas palavras anteriores, pois sou uma verdadeira ingeñua em relação ao que meus alunos tem de possibilidade e do que eles podem me proorcioanar de conhecimento, através das experiências que possuem e da sede de aprender que possuem.

12 junho 2010


Reflexão da 9ª Semana

6ª Semana de 7/06 à 11/06/2010

É interessante como as coisas acontecem de acordo com a vontade dos alunos. Essa foi uma semana muito especial, pois o assunto trabalhado foi a Copa 2010, assunto que foi bem desenvolvido por nós. Conversamos muito sobre isso, de como a mulheres não se interessam por jogos de futebol, mas nesse acontecimento mundial, nem elas deixam de fazer sua torcida. O que será que faz com que esse sentimento de nacionalidade seja tão acentuado nesse período? Em nossa conversas também levantamos fatos que acontecem no intervalo de uma copa para outra que não nos motivam tanto. Nem as Olimpíadas mexem tanto conosco quanto o futebol. Porque será que fora desse período não temos tanto sentimento de amor pela Pátria? Bem pelo contrário, muitos até desejam não serem daqui, sentem vergonha. Mas no fundo concluímos que realmente o nosso país é o melhor lugar do mundo. Onde mais tem tanta diversidade como aqui? Fizemos uma pesquisa bem legal sobre o país sede e identificamos coisas absurdas que acontecem por lá e que aqui, não...Os alunos gostaram muito dessa situação de pesquisa, pois aprenderam a procurar na lpinternet, bem como em livros, obviamenta, com minha ajuda e com a ajuda da Sinara, professora titular da turma.

Tendo essa esperiência como uma das mais significantes nesse período de estágio, percebi aqui algo que li no texto de Dóris Fiss, onde faz a referência a seguir

a produção de novos conhecimentos que aumentem a consciência e a capacidade de iniciativa transformadora dos grupos com que trabalhamos. Por isso mesmo, o estudo da realidade vivida pelo grupo e de sua percepção dessa mesma realidade constituem o ponto de partida e a matéria-prima do processo educativo (OLIVEIRA & OLIVEIRA, 1984, p. 19).

Na aula em que fizemos o estudo do Hino Nacional e o cantamos, achei algo muito peculiar e pudemos perceber a importância que cada grupo da turma dá ao sentimento de patriotismo, digo isto porque a Tia Maria, o Vilmar, a Aurea, o seu Cristovão e os outros alunos mais velhos se emocionaram ao cantar, pois lembraram que quando eram crianças o hino era cantado todos os dias, e fizeram também referência ao período de dotadutra no país, onde o Hino significava o sentimento de liberdade e onde clamavam por isso. Isso foi percebido principalmente na Tia Maria, na Aurea e também no seu Cristovão. Já os alunos mais jovens que estão naturma nem estavam dando bola para essa parte da aula, até ouvirem a histórias contadas pelos mais velhos. A Tia Maria disse: " Se não fosse por nós que passamos a ditadura, vocês hoje não teriam toda essa liberdade que tem, vocês deveriam ter noção do que é o nosso hino. Fechem a boca e respeitem!"

Essa fala dela foi um balde de água fria nas piadinhas deles. Foi quando o Edson, uma espécie de lider deles se deu por conta da importância desse estudo para os mais velhos. Então começaram a fazer questionamentos sobre o período de opressão e logo se interessaram em estudar o Hino. Foi uma aula muito boa. Ficamos nisso até o horário do intervalo, aliás nem fizemos intervalo nesse dia.

No outro dia fomos ao Ambiente Informatizado fazer as pesquisa pertientes a participação do Brasil nas copas. Baseados nesse dados levantados, após o intervalo fomos para a sala de aula e elaboramos questões matemáticas que envolviam problemas, onde foram resolvidas as quatrop operações. Antes disso , inclusive de irmos ao AI, falamos da importância da pesquisa, do levantamento de dados e da história, principalment ao mais jovens. Nesse tipo de atividade, os mais velhos ficam meio de fora, pois acham muito difícil lusar o computador, então a grande mãozinha vem dos jovens. Essa turma se entende muito bem nessa questões que tratam das limitações de cada grupo.

Nessa parte de minha reflexão vou usar um outro trecho do mesmo texto citado acima, onde coloca o seguinte: " Fazendo coro a Freire, Ernani Maria Fiori, no Prefácio ao livro Pedagogia do Oprimido, ressalta a importância de o sujeito descobrir-se e conquistar-se como “sujeito de sua própria destinação histórica” (1993, p. 9), aprendendo a “escrever a sua vida, como autor e como testemunha de sua história, isto é, biografar-se, existenciar-se, historicizar-se” (id. ibid., p. 10). Ele define a pedagogia pensada por Freire como um “método de conscientização”, ou seja, “um método pedagógico que procura dar ao homem a oportunidade de redescobrir-se através da retomada reflexiva do próprio processo em que vai ele se descobrindo, manifestando e configurando” (id. ibid., p. 15).

Na quinta -feira demos continuidade ao nosso processo de pesquisa, porém na biblioteca, sobre questões referentes ao país da Copa.

Na sexta-feira a atividade foi a programada até o horário de intervalo. Após foi um pouco alterada, em função da Feira das Ciências que acontecerá no próximo sábado, dia 19/06. Para essa Feira, os alunos do SEJA trabalharrão com os Jogos Lego, e nós das iniciais ficamos com os jogos das caixas verdes. Já fizeram alguns objetos das revistas dos jogos. ficaram muito legais. Foi impressionante o empenho deles em relação ao que foi proposto. Nesse dia estiveram poucos alunos na aula, acho que por causa do frio. Eu e a Professora titular trabalhamos juntas para a atividade.

Carrossel feito com o Lego:






07 junho 2010

Reflexão da 8ª Semana

8ª de 31/05 à 04/06/2010

Esta oitava semana foi muito difícil de ser trabalhada, embora fosse a menor em termos de dias de aulas do que as outras.

Segunda - feira, dia 31/05, faleceu a minha avó paterna, por volta das 6:30 da manhã. Passei o dia, com minha família, organizando tudo e fui ao seu velório. No entanto, precisei comparecer à escola no turno da noite para atender minha turma de estágio ( bem como na terça-feira também, pois no dia 1º /06, foi realizado o enterro). Também trabalhei normal na terça à noite. Foi bem complicado desenvolver o que planejei, pois estava em uma situação um tanto incômoda e extremamente sensível. No entanto, procurei cumprir com minha obrigação o mais profissional possível.Não deixei de comentar com meus alunos o acontecimento de meu dia. Eles fazem parte da minha caminhada dentro daquela escola.

Mas dando início ao trabalho programado, apresentei a charge selecionada para que todos fizessem sua apreciação. Alguns acharam muito engraçado, que figuras tão diferentes fossem tão presentes em nosso dia a dia. Um dos alunos, o Vilmar, que é um cara bem vivido e tem uma enorme consiência crítica, embora seja um tanto despreocupado, aparentemente, colocou que as duas figuras da charge apresentavam a burguesia eo trabalho quase que escravo. Disse que embora não trabalhasse, fosse aposentado por "incapacidade mental", conseguia entender muito bem quando os pobres sacrificavam suas vidas em detrenimento do ricos poderem aproveitar. Como em todas as minhas aulas, o assunto deu pano pra manga, e como... As produções das charges foram feitas em grupos e colocadas no mural da sala. Aproveitei o ensejo para pedir que na terça-feira trouxessem o maior número de objetos que pudessem trazer, pois faríamos outras atividades.

Na terça- feira, a atividade seguiu seu curso normal, ou seja, conforme o planejado. Achei interessante que muitos deles não trouxeram consigo somente objetos que usam no seu dia, para o trabalho, pois muitos vem direto para escola. Alguns me colocaram que levaram de casa para o trabalho os objetos que usariam na aula à noite. O trabalho foi bem produtivo e de bastante curiosidade por parte deles. Surgiu muita discussão em torno, principalmente, do produtor rural, pois um dos alunos é padeiro e levou um pacote de farinha. Daí veio a questão de que percurso essa farinha fazia até chegar a padaria em que ele trabalhava. Surgiram coisas impressionantes, como: que tipo de instrumento de trabalho o produtor usava para plantar, colher, secar, transportar... O que provavelmente era pago ao produtor e com que preço esse produto chegava ao seu destino final. Com toda essa discussão em torno do assunto, trabalhamos problemas matemáticos envolvendo os números apresentados pelos alunos, usando as quatro operações.

Apesar dessa não ter sido uma semana muito fácil para mim, consegui entender muito mais do que poderia ter entendido durante uma semana normal de aula. Quando cheguei em casa na terça, parei para pensar no que havia transcorrido naquela aula. Na importância que esse tipo de assunto tem para eles, que sequer haviam parado para pensar nisso, muito menos eu mesma.

Será que quando não nos damos conta das coisas que parecem tão obvias, não estamos em uma espécie de cegueira, que só parece obvio quando paramos para ouvir quando os outros nos mostram? Pensando nisso fui procurar um texto que havia lido, da própria Denise Comelato, nesse caso, minha orientadora, mas que no entanrto me trouxe uma referência significativa durante o estudo da interdisciplina de EJA. Nesta bibliografia complementar ela, Denise, coloca algo sobre a cegueira coletiva, então parei para refletir sobre um trecho , que diz:

"Entende-se, aqui, que o conhecimento é construção de modelos explicativos e lógicos. Resultado da busca de se aproximar do mundo objetivo, que nunca é totalmente apreensível. Elaborado a partir de uma seleção do “real”, de uma percepção ou olhar guiado por concepções teóricas, visões de mundo, valores e pelas estruturas da inteligência, o conhecimento e suas representações (conclui-se) não são neutros. Faz parte dos seus resultados tanto o sujeito como o objeto e a relação estabelecida entre eles, o que depende enormemente do tipo de inserção social e cultural dos sujeitos no mundo.

O conhecimento escolar trabalha, em sua maior parte, com conceitos e representações... E o que isso tem a ver com a Educação de Jovens e Adultos? Esboços, rabiscos, rasuras, grafites, sinais, índices, ícones, imagens gráficas, desenhos, números, letras, gráficos, esquemas, mapas, etc., representações gráficas por meio das quais também olhamos e somos olhados, compreendemos e constituímos o mundo e a nós mesmos.

Parte extraída da Bibliografia Complementar de Educação de Jovens e Adultos, Denise Cormelato - ESCRITA, REPRESENTAÇÕES GRÁFICAS E COGNIÇÃO. Cabe salientar que esta bibliografia foi baseada em tantas outras leituras feitas pela autora de outros pensadores, dentre eles: Paulo Freire, Emília Ferreiro, Ana Teberoski, Marta Kohl...

Também Paulo Freire faz menção a conscientização quando diz:

"...É também consciência histórica: é inserção crítica na história, implica que os homens assumam o papel de sujeitos que fazem e refazem o mundo. Exige que os homens criem sua existência com um material que a vida lhes oferece..."

Sinceramente, acho que muita coisa passou a fazer outro sentido dentro de mim, a partir do momento que resolvi achar tempo para realizar as leituras necessárias para melhorar minha prática pedagógica, baseada na teoria, antes tão esquecida por mim.

02 junho 2010

Reflexão da 7ª Semana

7ª Semana de 24/05 à 28/05/2010

Assim como todas as outras , essasemana foi de extrema importância, tanto para minha aprendizagem quanto para a aprendizagm de meus alunos.

Iniciamos a semana fazendo o que havia sido planejado para aúltima sexta-feira, pois tivemos conselho. Durante a atividade o asunto mais tratado foi a forma como os patrões vêem os empregados. Foi colocado que muitos trabalhadores não reclamam de nada junto aos patrões, por acharem que são seres inferiore à eles. Essa conversa trouxe uma grnade plenária, onde os alunos resolveram montar uma espécie de julgamento do que seria trabalho escravo ou direito de todo o trabalhador. Isso me lembrou uma passagem do texto lido, ainda de Dóris Fiss, onde ela cita Marx ( 1982, p.50),

O trabalho como criador de valores de uso, como trabalho útil, é indispensável à existência do homem - quaisquer que sejam as formas de sociedade - é necessidade natural e eerna de efetivar o intercâmio material entre o homem e a natureza, e, potanto, de manter a vida humana.

Portanto nossos alunos como trabalhadores são dignos de terem sua espectativas valorizadas e respeitada. Aproveitando essa oportunidade, li para eles um texto extraído de algo que havia lido anteriormente, sendo que este surgiu aleatóriamente na aula, pois não havia programação para este, foi mais a título de curiosidade:

ELES TRABALHAM FEITO CAVALOS

Odesemprego e a fartura de lixo nas grandes cidades fizeram surgir uma categoria de trabalhadores que não pára de crescer: a dos moradores de rua que sobrevivem catando lixo reciclável com a ajuda de uma carroça. Quase sempre é assim: quando conseguem se estruturar um pouco, pagam 40 reais por um eixo de automóvel no ferro-velho, montam uma carroça e passam a viver do que conseguem apurar na venda do material.

Na cidade de São Paulo, a população de rua mais que dobrou em dez anos: em 1993, de acordo com a Secretaria de Assistência Social, era de 4.549 pessoas e em 2003 pulou para 10.300, sendo que 3.200 delas viviam de catar lixo. Grande parte trabalha com carroças. A coordenadoria do Programa de Coleta Coletiva Solidária de São Paulo calcula que existam de 6.000 a 9.000 catadores nas áreas que englobam as 31 subprefeituras da cidade. Conflitos familiares, alcoolismo e desemprego são as principais causas desse aumento.

Concorrência acirrada

Para os catadores, comprar uma carroça é o primeiro passo para reorganizar a vida e recuperar dignidade. Além disso, esse trabalho gera benefícios para a cidade. “Nossa atividade deveria ser reconhecida como profissão. Evitamos a destruição da natureza com a reciclagem de materiais e ajudamos a prefeitura a economizar recursos com aterros sanitários, porque desviamos parte dos materiais que iriam para lá”, diz Nelson da Silva, morador de rua há seis anos.

Eustáquio fatura de 300 a 400 reais por mês e se considera privilegiado: “Quem corre atrás de material na rua acha cada vez menos”, diz. Não faz muito tempo dava para tirar 200 reais por semana. “Todo mundo está tirando material da rua”, reclama. Todo mundo, no caso, são: os prédios que passaram a separar o próprio lixo para a reciclagem e o entregam para a prefeitura; os carroceiros cada vez em maior número; os caminhões dos depósitos e os de coleta regular.

A concorrência é forte. “Um saco de lixo na rua é mexido por muita gente”, diz Fábio. Primeiro vêm os andarilhos que não têm carroça porque não podem comprar ou porque não têm força para puxar uma. Catam com sacos, buscam principalmente latinhas de alumínio e ganham de 3 a 4 reais por dia. Dá para viver? “Não, dá só para comprar o goró”, diz Eustáquio. Depois vêm os carroceiros. Em seguida, os caminhões. Segredo do negócio: correr para pegar o lixo fresquinho.

Entretanto, para catadores associados a cooperativas, o programa municipal é um meio de inclusão social. O material é recolhido pelos caminhões e processado por cooperativas, em centrais criadas e equipadas pela prefeitura.

Nesses centros trabalham, diretamente, os catadores cooperados; e, indiretamente, os outros que vendem ali seus materiais. A inclusão social é apenas um dos objetivos do projeto, além da educação ambiental dos cidadãos, da preservação de recursos naturais e da redução da quantidade de lixo encaminhada aos aterros sanitários.

Uma das vantagens de fazer parte da cooperativa é receber um valor maior pelo material, pois ele é vendido diretamente à indústria recicladora sem passar pelos depósitos. Em contrapartida, uma das exigências da prefeitura para entregar a gestão da central às cooperativas é que elas estabeleçam horários de trabalho para os catadores. Nem todos querem saber disso.

Os catadores que não se organizarem vão continuar como Eustáquio e Fábio: disputando material com os caminhões e recebendo o que os depósitos pagam pela coleta do dia. No caso do papelão, os depósitos pagam em torno de 13 centavos o quilo, enquanto que, se venderem diretamente à indústria, eles recebem 30 centavos.

Fragmentos do artigo de Patrícia Cornils, publicado na internet em 18/6/2004 no site www.nominimo.com.br

Já a aula de terça-feira, foi daquelas bem polêmicas e que envolveu bastante conversa e principalmente discussão entre os grupos. Essas discussões se dão em torno dos que trabalham nos grupos e dos que ficam só se escorando nas costas dos outros. Nessa aula tivemos a presença da tutora Eliane Gheno, que fez uma breve referência ao nosso trabalho para com os alunos. logo aopós sua retirada, aproveitamos para fazer uma retomada do conteúdo que já havíamos visto em aulas anteriores, como verbo, sujeito, substantivos. Isso foi bem produtivo, pois fizemos um resgate de todas as frases criadas pelos alunos no poema dado, bem como o levantamento das dificuldades travadas pelos sujeitos do poema.

Tenho tentado fazer uma ligação dos acontecimentos nas aulas com as leituras que tenho refeito neste período, e me chama specila atenção algo que li no texto de Anézia Viero, na reflexão que faz sobre a Educação Popular dentro da Modalidade de Jovens e Adultos. Em um determinado ponto de seu texto, ela coloca que:

" a educação popular é a ampliação de oportunidade, e coloca em pauta o compromisso oficial com aqueles que não tiveram acesso a escolarização quando crianças, mas que essa deficiênciapode e deve ser sanada depois ao retornarem para esta modalidade de ensino".

Vejo isto claramente com os meus aluos do noturno. Se não fossem suas experiências fora da escola e de vida, com certeza nossas conversas não renderiam tanto para aumentar nossos conhecimentos. Digo nosso, pois cada vez aprendo mais com as aulas que eles me dão.

Na quinta - feira, trabalhamos problemas matemáticos envolvndo cálculos de quatro operações, baseados nos dados trrazidos a respeito de seus rendimentos mensais. Após, fizemos noso cherrasco em comemoração aos aniversariantes do mês, bem como confraternização emuita conversa até o final da noite.

O trabalho com haicai na sexta-feira, não fez a cabeça deles, muitos acharam que já hávíamo visto muitos poemas na semana e peediram para revisarmos cálculos que envolviam divisão, o que óbviamente foi acatado por mim, que não sou doida em entrar em conflito com eles. Nossa semana correu muito bem aproveitada.

Pensando nese último parágrafo, encerro esta reflexão com uma frase retirada d texto referido anteriormente:

Minhas práticas partem de um ponto de vista de profundo respeito aos saberes

que os trabalhadores trazem de suas práticas cotidianas.