02 junho 2010

Reflexão da 7ª Semana

7ª Semana de 24/05 à 28/05/2010

Assim como todas as outras , essasemana foi de extrema importância, tanto para minha aprendizagem quanto para a aprendizagm de meus alunos.

Iniciamos a semana fazendo o que havia sido planejado para aúltima sexta-feira, pois tivemos conselho. Durante a atividade o asunto mais tratado foi a forma como os patrões vêem os empregados. Foi colocado que muitos trabalhadores não reclamam de nada junto aos patrões, por acharem que são seres inferiore à eles. Essa conversa trouxe uma grnade plenária, onde os alunos resolveram montar uma espécie de julgamento do que seria trabalho escravo ou direito de todo o trabalhador. Isso me lembrou uma passagem do texto lido, ainda de Dóris Fiss, onde ela cita Marx ( 1982, p.50),

O trabalho como criador de valores de uso, como trabalho útil, é indispensável à existência do homem - quaisquer que sejam as formas de sociedade - é necessidade natural e eerna de efetivar o intercâmio material entre o homem e a natureza, e, potanto, de manter a vida humana.

Portanto nossos alunos como trabalhadores são dignos de terem sua espectativas valorizadas e respeitada. Aproveitando essa oportunidade, li para eles um texto extraído de algo que havia lido anteriormente, sendo que este surgiu aleatóriamente na aula, pois não havia programação para este, foi mais a título de curiosidade:

ELES TRABALHAM FEITO CAVALOS

Odesemprego e a fartura de lixo nas grandes cidades fizeram surgir uma categoria de trabalhadores que não pára de crescer: a dos moradores de rua que sobrevivem catando lixo reciclável com a ajuda de uma carroça. Quase sempre é assim: quando conseguem se estruturar um pouco, pagam 40 reais por um eixo de automóvel no ferro-velho, montam uma carroça e passam a viver do que conseguem apurar na venda do material.

Na cidade de São Paulo, a população de rua mais que dobrou em dez anos: em 1993, de acordo com a Secretaria de Assistência Social, era de 4.549 pessoas e em 2003 pulou para 10.300, sendo que 3.200 delas viviam de catar lixo. Grande parte trabalha com carroças. A coordenadoria do Programa de Coleta Coletiva Solidária de São Paulo calcula que existam de 6.000 a 9.000 catadores nas áreas que englobam as 31 subprefeituras da cidade. Conflitos familiares, alcoolismo e desemprego são as principais causas desse aumento.

Concorrência acirrada

Para os catadores, comprar uma carroça é o primeiro passo para reorganizar a vida e recuperar dignidade. Além disso, esse trabalho gera benefícios para a cidade. “Nossa atividade deveria ser reconhecida como profissão. Evitamos a destruição da natureza com a reciclagem de materiais e ajudamos a prefeitura a economizar recursos com aterros sanitários, porque desviamos parte dos materiais que iriam para lá”, diz Nelson da Silva, morador de rua há seis anos.

Eustáquio fatura de 300 a 400 reais por mês e se considera privilegiado: “Quem corre atrás de material na rua acha cada vez menos”, diz. Não faz muito tempo dava para tirar 200 reais por semana. “Todo mundo está tirando material da rua”, reclama. Todo mundo, no caso, são: os prédios que passaram a separar o próprio lixo para a reciclagem e o entregam para a prefeitura; os carroceiros cada vez em maior número; os caminhões dos depósitos e os de coleta regular.

A concorrência é forte. “Um saco de lixo na rua é mexido por muita gente”, diz Fábio. Primeiro vêm os andarilhos que não têm carroça porque não podem comprar ou porque não têm força para puxar uma. Catam com sacos, buscam principalmente latinhas de alumínio e ganham de 3 a 4 reais por dia. Dá para viver? “Não, dá só para comprar o goró”, diz Eustáquio. Depois vêm os carroceiros. Em seguida, os caminhões. Segredo do negócio: correr para pegar o lixo fresquinho.

Entretanto, para catadores associados a cooperativas, o programa municipal é um meio de inclusão social. O material é recolhido pelos caminhões e processado por cooperativas, em centrais criadas e equipadas pela prefeitura.

Nesses centros trabalham, diretamente, os catadores cooperados; e, indiretamente, os outros que vendem ali seus materiais. A inclusão social é apenas um dos objetivos do projeto, além da educação ambiental dos cidadãos, da preservação de recursos naturais e da redução da quantidade de lixo encaminhada aos aterros sanitários.

Uma das vantagens de fazer parte da cooperativa é receber um valor maior pelo material, pois ele é vendido diretamente à indústria recicladora sem passar pelos depósitos. Em contrapartida, uma das exigências da prefeitura para entregar a gestão da central às cooperativas é que elas estabeleçam horários de trabalho para os catadores. Nem todos querem saber disso.

Os catadores que não se organizarem vão continuar como Eustáquio e Fábio: disputando material com os caminhões e recebendo o que os depósitos pagam pela coleta do dia. No caso do papelão, os depósitos pagam em torno de 13 centavos o quilo, enquanto que, se venderem diretamente à indústria, eles recebem 30 centavos.

Fragmentos do artigo de Patrícia Cornils, publicado na internet em 18/6/2004 no site www.nominimo.com.br

Já a aula de terça-feira, foi daquelas bem polêmicas e que envolveu bastante conversa e principalmente discussão entre os grupos. Essas discussões se dão em torno dos que trabalham nos grupos e dos que ficam só se escorando nas costas dos outros. Nessa aula tivemos a presença da tutora Eliane Gheno, que fez uma breve referência ao nosso trabalho para com os alunos. logo aopós sua retirada, aproveitamos para fazer uma retomada do conteúdo que já havíamos visto em aulas anteriores, como verbo, sujeito, substantivos. Isso foi bem produtivo, pois fizemos um resgate de todas as frases criadas pelos alunos no poema dado, bem como o levantamento das dificuldades travadas pelos sujeitos do poema.

Tenho tentado fazer uma ligação dos acontecimentos nas aulas com as leituras que tenho refeito neste período, e me chama specila atenção algo que li no texto de Anézia Viero, na reflexão que faz sobre a Educação Popular dentro da Modalidade de Jovens e Adultos. Em um determinado ponto de seu texto, ela coloca que:

" a educação popular é a ampliação de oportunidade, e coloca em pauta o compromisso oficial com aqueles que não tiveram acesso a escolarização quando crianças, mas que essa deficiênciapode e deve ser sanada depois ao retornarem para esta modalidade de ensino".

Vejo isto claramente com os meus aluos do noturno. Se não fossem suas experiências fora da escola e de vida, com certeza nossas conversas não renderiam tanto para aumentar nossos conhecimentos. Digo nosso, pois cada vez aprendo mais com as aulas que eles me dão.

Na quinta - feira, trabalhamos problemas matemáticos envolvndo cálculos de quatro operações, baseados nos dados trrazidos a respeito de seus rendimentos mensais. Após, fizemos noso cherrasco em comemoração aos aniversariantes do mês, bem como confraternização emuita conversa até o final da noite.

O trabalho com haicai na sexta-feira, não fez a cabeça deles, muitos acharam que já hávíamo visto muitos poemas na semana e peediram para revisarmos cálculos que envolviam divisão, o que óbviamente foi acatado por mim, que não sou doida em entrar em conflito com eles. Nossa semana correu muito bem aproveitada.

Pensando nese último parágrafo, encerro esta reflexão com uma frase retirada d texto referido anteriormente:

Minhas práticas partem de um ponto de vista de profundo respeito aos saberes

que os trabalhadores trazem de suas práticas cotidianas.


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