
15 novembro 2009

08 novembro 2009

Vamos à luta!"
Um abraço
Denise
NÃO SE DEIXE ENGANAR!
Outro dia, folheando a revista Veja num consultório médico, li uma reportagem bastante interessante que mostrava, com estatísticas, que as crianças de origem asiática, que vivem no Brasil, apresentam um desempenho escolar superior ao dos estudantes brasileiros.
O texto explicava que, nas classes onde elas são maioria, o silêncio e a atenção são uma constante. Ouve-se claramente a voz do professor explicando a matéria.
Dizia também que essas crianças dedicam nove horas diárias ao estudo (cinco na escola e quatro em casa) enquanto que as nossas, apenas cinco (as da escola)
Quando chegam em casa, essas crianças pegam seus cadernos, livros e estudam . Fazem os deveres de casa que o professor passa, lêem, treinam equações matemáticas etc.
Enquanto os brasileirinhos, em sua maioria, vagueiam pelas ruas empinando pipa ou jogando bola
Com isso, os asiáticos do nosso país estão conseguindo os melhores postos de trabalho (que são justamente aqueles que exigem maior qualificação e preparo)
Em empresas com ótima remuneração,assistência médico-hospitalar e condições de ascensão profissional
E tudo isso me fez lembrar de uma menina brasileira que morava no Japão e veio visitar os parentes que ficaram aqui. A tia dela era Orientadora na escola onde lecionávamos.
Certo dia estávamos em nossas classes, tentando dar aula e explicar a matéria para os alunos que, como sempre, só conversavam e brincavam de costas para a lousa...
enquanto isso, a tia , nossa orientadora, vagava com a garota pelos corredores da escola, procurando uma classe mais calma, onde a sobrinha pudesse ficar resolvendo as questões de uma provinha de terceira série que ela (tia) havia preparado, para verificar o aproveitamento e a adaptação da menina na escola japonesa.
Mas a menina ficou aterrorizada com a gritaria dos nossos alunos e preferiu resolver a prova na Biblioteca, alegando que não conseguiria concentrar-se com aquela bagunça ...
Perguntamos então o que acontecia, na escola dela, com os alunos que só queriam brincar, não estudavam e não respeitavam o professor em sala de aula
Ela disse que eles eram castigados
Perguntamos então qual era o tal castigo. E sabem o que ela respondeu????
Que não sabia, porque na classe dela nunca havia visto um aluno conversar durante as explicações ou desrespeitar seu professor....
Perceberam a diferença?
Nas escolas públicas de São Paulo, as salas de aula são superlotadas, com até 45 alunos por classe . Para esse auditório, o professor tem que ensinar: -o conteúdo das disciplinas (Matemática, Português História, Geografia, Ciências) + cidadania+ valores + educação sexual + higiene +saúde + ética + pluralidade cultural. Deverá também funcionar como psicólogo, assistente social, orientador educacional e orientador pedagógico, desempenhando também todos os deveres familiares que a sociedade resolver transferir para a escola.
Nossos alunos dizem que as aulas são chatas e alegam que não gostam de ler que ler não é divertido.... que jogar bola e empinar pipa é melhor... E todos logo gritam em coro: - Culpa dos professores que não dão uma aula divertida e atraente para as crianças
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo surge em cena alegando que o aluno que temos é assim mesmo e que os professores precisam aprender a ensinar... Rotula o magistério oficial como “professores nota zero”
O que eles querem esconder é que temos em classe crianças ( filhos de eleitores) que recebem o livro didático, cadernos e até mochilas mas “esquecem” em casa para ficar brincando durante a aula... Crianças que não fazem lição de casa, não estudam e nem sequer prestam atenção as explicações do professor em classe.
Para agradar os pais eleitores, a Secretaria da Educação encaminha os professores para cursos de “ capacitação ”, alegando que eles não têm mais capacidade para ensinar. Contratam firmas para dar esses cursos que segundo eles, tem o poder de transformar “profissionais despreparados” em professores criativos, prontos para dar uma aula eficaz, envolvente, estimulante e, ao mesmo tempo, divertida , capaz de fazer com que os alunos gostem mais da escola do que das partidas de futebol, mais de leitura do que dos jogos no computador....
É claro que esse discurso de responsabilizar o professor e varrer a sujeira pra baixo do tapete não vai levar a Educação a lugar nenhum. Mas serve perfeitamente para justificar, junto a opinião pública, os baixos salários pagos aos profissionais do estado que mais arrecada impostos no país.
Imagine que você está doente, vai ao médico e ele prescreve determinado remédio Você não toma o medicamento, não faz a sua parte e culpa o médico por não melhorar,.. Assim acontece nas escolas públicas paulistas: o professor ensina e os alunos não prestam atenção, não estudam, não fazem os deveres de casa , como nossos amiguinhos asiáticos Daí vem o governo e culpa o professor pelo mau desempenho dos “estudantes”
Para justificar mais uma vez a falta de reajustes e os baixos salários em SP o governo implantou um sistema de avaliação
Os professores recebem um bônus por produtividade, uma vez por ano, se os alunos estudarem se os alunos não faltarem; se os alunos não se evadirem; se os alunos ... E, como o aluno não quer saber de nada, estamos sem reajustes desde que o PSDB começou a governar (uns11 anos) .
Daí vemos o governador na TV dizendo que pagou seis mil reais de bônus aos professores. Só que se isso fosse averiguado direitinho, a verdade seria descoberta. Para se ter uma idéia, tem escolas onde nenhum professor recebeu bonificação porque...
houve evasão, porque o aproveitamento dos alunos não se alterou E assim por diante!
Sem contar que, nesse sistema de bonificação por produtividade, os aposentados, por não terem mais alunos , são castigados e estão sem reajuste há anos (desde que o governo de SP passou a avaliar professores pelo desempenho dos alunos ...)
Ninguém quer sugerir aos eleitores a receitinha das crianças asiáticas:
- fazer a lição de casa.
estudar,
- empenhar-se,
- dedicar-se.
Enfim, fazer sua parte!
A verdade é que o educador deixou de ser modelo para os jovens: ganhamos mal, nos vestimos mal e somos alvo constante da crítica social . Hoje, modelo para os jovens, são os milionários jogadores de futebol, pagodeiros e outros mais que prefiro nem relacionar aqui...
Vamos combinar, não dá para falar em Educação de Qualidade enquanto o profissional da educação for sistematicamente desvalorizado , tratado pelo governo, pelas famílias e pela mídia em geral como um inimigo público, um vagabundo etc. Nessas condições , que aluno vai querer ouvir o que uma pessoa assim tem a dizer?
Pedimos a todos que repassem esta mensagem para sua lista de contatos. Não temos voz na mídia e precisamos da internet para que a população saiba o que acontece nas escolas de SP.
Maristela Ferreira, 2 months ago
05 novembro 2009

O que antes era apenas uma utopia, hoje está mais perto de tornar-se realidade, pois com o passar dos anos, parece que os educadores estão tomando consciência do seu papel, não mais como simples transmissores dos conhecimentos estabelecidos previamente, mas que são responsáveis no papel de interlocutores do processo ensino – aprendizagem. Quem sabe, futuramente, não possamos ter escolas realmente voltadas para uma educação totalmente libertadora, capaz de entender que os educandos são capazes de adquirir seus próprios conhecimentos, conceitos e saberes?
03 novembro 2009
Sem Problemas.
Um abraço
Bea
24 outubro 2009

15 outubro 2009
TRABALHO DE LINGUAGEM
(Para ouvir os áudios, clicar com o botão direito do mouse, ir a Objeto do gravador de som, em executar).
Gravação 01
"Uma vez eu e a Camila, minha vizinha, minha amiga ali távamos comendo bergamota aí a gente deu uma mordida e tomamo um banho de bergamota e a tia Tere, que é a minha tia , sabe, todo mundo sabe né, falo que que era pra gente tomar banho e a gente ficamo no pátio..”
Gravação 02
“Uma vez eu entrei num ônibus né, aí eu vi um velhinho sem uma perna aí aí eu falei bem assim : _ O que que aconteceu com a sua perna senhor? E ele falo: _Eu perdi. Aí eu falei bem assim ó: _ Báh! Não se preocupa que o meu pai acha pro senhor.”
Gravação 03 (sem a transcrição do áudio)
Ao analisar as histórias contadas por essa criança posso observar que ela procura contar passagens da sua vida cotidiana. Ela traz aqui um acumulo de experiências que são importantes e que marcaram sua vida até agora, fatos esses que possivelmente jamais esquecerá. Em suas narrativas usa um pouco a fantasia e acha engraçada a forma com que ela própria encarou estes acontecimentos, ri muito durante a sua narrativa. É importante esse tipo de narrativa, pois assim pode elaborar sua própria construção de pensamento dentro do universo que vive.
Ao fazer a terceira narrativa, onde conta uma história que já havia ouvido um adulto lhe contar, a História da Bela Adormecida, ela usa uma linguagem bem rica em detalhes, parece que tem a história decorada. Acho que pelo fato de ter uma identificação maior com histórias de princesas, e pelo fato dessas histórias fazerem parte de seu dia a dia. Como coloquei anteriormente, ela vive esta fantasia de ser uma princesa. No entanto, penso que sua linguagem é extremamente rica em criatividade quanto em detalhes por se tratar de uma criança que convive principalmente com pessoas adultas ( o meio em que vive interfere muito em sua narrativa). Enquanto a menina me contou as histórias, não achei necessário intervir em suas colocações, pois penso que seria desnecessário nessa situação. Por outro lado, caso não tivesse conversado com uma criança que tivesse o mesmo nível de amadurecimento, na narrativa, que esta, penso que poderia lhe fazer mais perguntas para ver até que ponto iria seu mundo de fantasia.
As narrativas são fundamentais para o desenvolvimento cognitivo e afetivo das crianças, pois delas dependem inclusive o seu desenvolvimento e a participação no mundo social.
05 outubro 2009
WALL.E

Já havia ouvido falar, mas não tinha tido a oportunidade de vê-lo. Um dos filmes mais lindos que já assisti. No último fim de semana o olhamos aqui em casa e, como estou trabalhando sobre meio ambiente com minhas crianças do dia, resolvi passar para eles também. Ao contrário do que imaginava, poucos haviam assitido. O filme fala de um grande amor de um robô ultrapassado com um robô moderníssimo. No entanto, o desenrolar se dá em função da grande destruição que foi deixada em nosso planeta pela própria humanidade, que o abandonou e passou a viver em uma gigantesca nave. O plano era que o retiro durasse alguns poucos anos, com robôs sendo deixados para limpar o planeta. Wall-E é o último destes robôs, que se mantém em funcionamento graças ao auto-conserto de suas peças. Sua vida consiste em compactar o lixo existente no planeta, que forma torres maiores que arranha-céus, e colecionar objetos curiosos que encontra ao realizar seu trabalho. Até que um dia surge repentinamente uma nave, que traz um novo e moderno robô: Eva. A princípio curioso, Wall-E logo se apaixona pela recém-chegada. Com o desenrolar da história conseguem descobrir uma pequena planta que ainda se mantém viva, o que dá uma nova esperança de voltarem a viver em nosso planeta. A

PAULO ROBERTO

Penso que poderíamos ter capacitação, para trabalharmos com pessoas deficientes, ou mais especificamente, surdas, como é o caso. Muitas vezes nos deparamos com situações que são imensamente constrangedoras para nós e, a deficiência faz parte de uma situação dessas. Às vezes ficamos durante muito tempo com alunos que não conseguem desenvolver a aprendizagem como deveriam, simplesmente porque não sabemos detectar nenhum tipo de deficiência, nem a surdez. Quando conseguimos perceber alguma coisa errada, pode ser muito tarde e estamos sujeitos a ter cometido erros graves com essas crianças, sem ao menos termos consciência disso.
02 outubro 2009
Argolinhas
Agora vem o Nestor falar em Diário de Classe, como se eu não soubesse o que é um diário de classe. Quando tivemos aula resencial com o Nestor, eu comentei com algumas colegas que tinha o diário, realmente, aquele feito em um caderno com as atividades diárias dos alunos, as observações e recomendações sobre as aulas. Elas riram muito e disseram que eu era tri atrasada, que isso não se usava mais. Eu vim para casa decidida aabolir o mesmo, mas não consegui, pois todos os anos, durante vinte anos eu faço o meu diário. Cada ano escolho um caderno mais bonito e mais atraente para fazer o meu diário. Penso sempre no que vai chamar mais a atenção dos alunos. Será que estou louca, e o diário virou caderno de chamada nos últimos anos e, eu fui a única que não percebeu? Não quero mais mudar. Quero voltar a ser eu mesma!
20 setembro 2009

18 setembro 2009
Sonhos roubados
Com essa decisão a partir do dia 1º de outubro não existirá mais a linha de ônibus A 70 e os moradores da Região do Sítio dos Açudes deverão pagar passagem R$ 2,30) e utilizar outro ônibus para poderem entrar na cidade.
Esse bairro localizado praticamente fora da cidade, abriga pessoas de situação de miséria total, e foram instalados lá por serem antigos moradores dos arredores do Arroio Feijó, local de grandes tragédias com enchentes e criminalidade. Com a distância em que foram colocados e com a situação financeira totalmente em situação de miséria, fez com que na administração anterior, da fosse implantada essa linha de ônibus( totalmente gratis) , onde os moradores podem ir a um ponto da cidade onde tem um paradão e poderem ter acesso a outras linhas de ônibus. Mas o que mais me deixa preocupada é o fato de ser professora da única escola que oferece Eja para os jovens e trabalhadores daquele local. ( Depois que descem do ônibus citado, os alunos caminham ainda cerca de 1km até a escola, e não tem como pagar a passagem cara desse jeito. Para irem e voltarem da escola o custo é de R$ 4,60 por dia). Como pessoa que mal tem o que comer poderão gastar isso? Com isso muitos de nossos alunos perderão a oportunidade de continuarem seus estudos e, tentarem dar a suas famílias uma perspectiva de vida melhor das que tiveram. Essa foi mais uma noite sem dormir, pensando no que leva as autoridades municipais a tomarem uma decisão dessas. Infelizmente, nada podemos fazer para reverter essa situação, irreversível, pois sequer fomos consultados para averiguação de alunos moradores do local. Saio todas as noites de casa, deixo minha família, para tentar ajudar com minha profissão, e orientar essas pessoas a terem um futuro melhor e, o descaso da administração os fará desistir do sonho de poderem se manter na escola. Faço esse desabafo com o intuito de poder colocar essa situação aos colegas de Alvorada, que nem sabem o que está acontecendo e para alertá-los de que naquele local moram pessoas que precisam somente da oportunidade de serem cidadãos dignos dentro dessa cidade. Sei que a visão geral da cidade é que lá só moram marginais, mas isso não é verdade, pois eu lido diariamente com essas pessoas e sei dos sonhos que possuem , das oprtunidades que procuram e do que lhes está sendo tirado. Ontem ao ouvir o Hino Riograndense na escola, não pude deixar de me emocionar pensando no quanto somos fortes se continuarmos unidos e lutando pelos nosso direitos, ou ao pouvir o Hino de Alvorada que fala de seu povo trabalhador e sonhador. Não basta, nós professores, vermos a importância do SEJA na vida de nossos alunos, se o próprio poder público, quem deveria respeitá-los, senão como pessoas dignas, mas como eleitores que foram iludidos com promessas de manterem aquela linha. Pergunto onde estão os vereadores, que vi andando naquele ônibus, indo à noite na minha escola pedindo votos, e que não se manifestam em relação ao problema apresentado. Estão acabando com dezenas de sonhos recomeçados com o SEJA. Afinal, a EJA não tem como função reparar os erros e injustiças anteriores e compensar o tempo perdido pelas injustiças? Essa reparação não cabe ao poder público? Que poder público é esse?
16 setembro 2009
REFERENCIAL
Uma professora fica com a mesma turma durante dois anos . Nessa turma, desde a primeira aula um menino chama sua atenção mais do que o normal, pois é uma criança agressiva, rebelde , brigona e nunca fala com ela com delicadeza. Porém esta criança tem uma mãe que está sempre presente, conversando com a professora, pedindo informações do filho, querendo ajudar no que for preciso. Aos poucos mãe e professora formam uma parceria para tentar resolver os problemas apresentados pela criança. No entanto, a professora não consegue aproximar-se da criança como se aproxima das outras. A mãe, tenta sempre ajudar o filho seguindo todos os conselhos dados pela professora e pela orientação da escola. Um dia, a professora precisa ausentar-se da sala, pois havia sido chamada na direção e logo tem sua atenção voltada novamente para sua sala, pois estabelecera-se uma gritaria nela. Quando retorna para ver o que ouve , o menino havia pulado a janela, pois pensara que havia ficado preso. Uma janela tão estreita que era quase impossível acreditar que poderia ter passado por ali, mas passara. Esse menino aprendera a ler muito mais rapidamente do que conseguira se apropriar da escrita, aliás nunca gostara de escrever ( mas sabia escrever), só lia, lia e lia. Ao final do ano fez a testagem e não escrevera uma palavra, no entanto interpretava textos e respondia oralmente tudo que lhe era proposto e, avançou para o próximo ano. Embora a mãe tenha sido avisada, no ano seguinte as mesmas dificuldades continuaram. A mãe continuava presente, no entanto, confessara a professora que estava se sentindo impotente em relação ao filho, pois além dos "problemas" apresentados por ele, também passava por dificuldades no casamento, financeiras e havia descoberto que estava com nódulos no útero. A mãe continuava indo, diariamente, a levar o filho na escola. O menino continuava apresentando o mesmo comportamento. Certo dia, recusou-se a conversar quando a professora lhe chamou e ameaçou jogar algo nela, o que foi passado à sua mãe, que conversara com ele, mas pouco adiantou. Ele lia, lia muito, porém continuava negando-se a escrever. Foi tentado de tudo. Ele faltou dois dias na escola, quando retornou foi questionado pela professora, e respondeu que a polícia havia ido a sua casa com o "homem da justiça" e os despejaram porque não tinham dinheiro para pagar o aluguel. Diz que chorou muito abraçado à mãe e ao irmão, pois o pai não estava em casa, mas no bar bebendo. Um vizinho emprestou o galpão dos fundos de sua casa para eles. Após quinze dias o menino faltou novamente a aula e a professora perguntou aos colegas por ele, ao que reponderam: a mãe dele morreu ontem. A professora perdeu o seu chão e desde então se pergunta se não poderia ter dado notícias melhores a mãe deste menino, que agora perdera todas as suas referencias de morada, de lar e de mãe. Parabéns a esta mãe que lutou até o último dia por seu filho "problemático e rebelde". Algum motivo ele tinha para sentir isso. O que será deste menino? Quem o defenderá das maldades do mundo? Quem o ensinará a ver o mundo de uma forma diferente da que vê hoje? Por que morrem mães com filhos pequenos? Tenho certeza que esta professora mudou sua forma de pensar em relação a muitas coisa desde que isso aconteceu e que certamente, a escrita não fará tanta diferença para ela apartir desta situação.
04 setembro 2009
30 agosto 2009
Linguagem/ SEJA
Na última quarta - feira, não fui à aula presencial, pois tínhamos reunião na escola para tratarmos alguns assuntos que há tempos vem nos incomodando, dentre eles está a mudança no perfil do aluno do SEJA ( Serviço de Educação de Jovens e Adultos). Há cerca de doze anos atrás, quando o serviço foi implantado no município de Alvorada, tínhamos basicamente alunos trabalhadores, hoje esta realidade teve uma mudança bem acentuada. Hoje nossos alunos são basicamente os jovens "problemas", oriundos do dia. Isto fez com que nossa trabalho também sofresse alteração, pois este perfil de aluno é bem diferente do que tínhamos quando iniciamos. Com esta mudança e com a mudança da Secretaria de Educação, fez com que nosso trabalho, aparentemente, ficasse parado, pois não temos proposta pedagógica determinada pela atual secretaria, o que tínhamos na administração anterior e, muito menos interesse por parte dos alunos. Com o intuito de podermos rever alguns de nossos conceitos, em minha escola, estamos desde o ano passado tentando nos aos novos alunos. Então buscamos novas propostas para tentarmos entender nosso aluno de hoje. Dentre nossas buscas estão focadas as novas formas de linguagens que podemos estabelecer com eles e, para isto na última quarta, assistimos à um documentário de Celso Antunes, que mostra as diferentes linguagens que podem ser usadas por nós educadores para alcannçarmos os alunos. O comentário feito por ele neste documentário que mais me chamou a atenção foi referente a uma professora chamada Yoko, onde ela coloca aos alunos que expressem suas férias, dando à eles várias de propostas de fazerem isto como com desenhos, com mímicas, com palavras, com textos e também através de música. Assim, tivemos a oportunidade de perceber que na realidade, nós professores ,que precisamos nos adequar ao perfil de alunos que temos, no entanto, não podemos esquecer do que pretendemos com nossos alunos, que sejam cidadãos de verdade, capazes de serem sujeitos atuantes e modificadores da sociedade em que estão inseridos.
23 agosto 2009

Nas férias, saíamos de casa de manhã e brincávamos o dia todo; nossos pais às vezes não sabiam exatamente onde estávamos, mas sabiam que não estávamos em perigo. Não existiam os celulares! Incrível!A gente procurava encrenca. Quantos machucados, ossos quebrados e dentes moles dos tombos! Ninguém denunciava ninguém... Eram só "acidentes" de moleques: na verdade nunca encontrávamos um culpado. Você lembra destes incidentes: janelas quebradas, jardins destruídos, as bolas que caíam no terreno do vizinho...???Existiam as brigas e, às vezes, muitos pontos roxos... E mesmo que nos machucássemos e, tantas vezes, chorássemos, passava rápido; na maioria das vezes, nem mesmo nossos pais vinham a descobrir... A gente comia muito doce, pão com muita manteiga...Mas ninguém era obeso... No máximo, um gordinho saudável... Nem se falava em colesterol...A gente dividia uma garrafa de suco, refrigerante ou até uma cerveja escondida, em três ou quatro moleques ninguém morreu por causa de vermes! Não existia o Playstation, nem o Nintendo... Não tinha TV a cabo, nem videocassete, nem Computador, nem Internet...Tínhamos, simplesmente, amigos!A gente andava de bicicleta ou a pé. Íamos a casa dos amigos, tocávamos a campainha, entrávamos e conversávamos...Sozinhos, num mundo frio e cruel...Sem nenhum controle! Como sobrevivemos? Inventávamos jogos com pedras, feijões ou cartas... Brincávamos com pequenos monstros: lesmas, caramujos e outros animaizinhos, mesmo se nossos pais nos dissessem para não fazer isso!Os nossos estômagos nunca se encheram de bichos estranhos! No máximo, tomamos algum tipo de xarope contra vermes e outros monstros destruidores...aquele cara com um peixe nas costas...(um tal de óleo de fígado de bacalhau).Alguns estudantes não eram tão inteligentes quanto os outros, e tiveram que refazer a segunda série... Que horror! Não se mudavam as notas e ninguém passava de ano, mesmo não passando. As professoras eram insuportáveis!Não davam moleza... Os maiores problemas na escola eram: chegar atrasado, mastigar chicletes na classe ou mandar bilhetinhos falando mal da professora, correr demais no recreio ou matar aula só pra ficar jogando bola campinho... As nossas iniciativas eram "nossas", mas as conseqüências também! Ninguém se escondia atrás do outro... Os nossos pais eram sempre do lado da Lei quando transgredíamos a regras!Se nos comportávamos mal, nossos pais nos colocavam de castigo e, incrivelmente, nenhum deles foi preso por isso! Sabíamos que quando os pais diziam "NÃO", era "N Ã O". A gente ganhava brinquedos no Natal ou no aniversário, não todas as vezes que ia ao supermercado... Nossos pais nos davam presentes por amor, nunca por culpa... Por incrível que pareça, nossas vidas não se arruinaram porque não ganhamos tudo o que gostaríamos, que queríamos...Esta geração produziu muitos inventores, artistas, amantes do risco e ótimos "solucionadores" de problemas... Nos últimos 50 anos, houve uma desmedida explosão de inovações, tendências... Tínhamos liberdade, sucessos, algumas vezes problemas e desilusões, mas tínhamos muita responsabilidade...E não é que aprendemos a resolver tudo!!! E sozinhos... Se você é um destes sobreviventes... PARABÉNS!!!VOCÊ CURTIU OS ANOS MAIS FELIZES DE SUA VIDA...
Texto extraído do Blog de Beatriz Fagundes
12 junho 2009

Lembro que quando era adolescente, ouvi muito falar no Projeto Rondon e queria muito fazer parte dele, acho que era um pouco modismo. Um dia, ao chegar a casa disse ao meu pai que havia me inscrito no projeto, ele quase teve um infarto e não deixou que eu participasse do processo de seleção, pois ainda era muito nova e não me deixaria ir para lugar algum. Daí em diante, acho que fiquei um pouco frustrada e perdi completamente qualquer estímulo que pudesse ter em relação ao assunto. No entanto, nunca fui alienada aos problemas enfrentados por nossos índios, principalmente na questão de preservação de sua cultura o ao direito legítimo de donos desta terra. Acho que um pouco disto se dá ao fato de eu ser ligada a um partido político de esquerda, que muito valoriza o socialismo e a igualdade entre as pessoas. Mesmo pensando assim, fui um tanto relapsa em relação a estas questões.
Vou tentar voltar ao que o texto me informa e a algumas outras informações que li. As Nações Unidas, diz que povos indígenas, são aqueles que, contando com uma continuidade histórica das sociedades anteriores à invasão e à colonização que foi desenvolvida em seus territórios, consideram a si mesmos distintos de outros setores da sociedade, e estão decididos a conservar, desenvolver e a transmitir às gerações futuras seus territórios ancestrais e sua identidade étnica. Existem as concepções designadas pelos próprios índios, que são:
· Continuidade histórica com sociedade pré-colonial.
· Estreita vinculação com o território.
· Sistemas sociais, econômicos e políticos bem definidos.
· Língua, cultura e crença definidas.
· Identificar-se como diferente da sociedade nacional.
· Vinculação ou articulação com a rede global dos povos indígenas.
O texto diz que em 1.500, quando Pedro Álvares Cabral aqui chegou , haviam aproximadamente 5 milhões de índios. Hoje segundo dados do IBGE são pouco mais de 700.000, dado este coletado a partir de pesquisas utilizando o método de auto-identificação, realizado em todo país, mas de acordo com os dados da FUNASA, essa população indígena está dispersa por todo o território brasileiro, sendo que na região Norte concentra-se o maior contingente populacional indígena.
Existem Organizações Formais, que representam os interesses indígenas perante a sociedade nacional e global por meio das quais podem ser construídas alianças para resolver demandas e, que constitui um passo importante na redefinição do lugar dos povos indígenas no Brasil. Vê-se que os povos indígenas são sobreviventes e resistentes da colonização européia tentando uma recuperação do orgulho e da auto-estima identitária e, buscam consolidar um espaço digno na história e na vida multicultural do país. Na verdade o termo “índio” foi por muito tempo visto como uma forma pejorativa, já que não existe nenhum povo, tribo ou clã com esta denominação. Na verdade cada individuo pertence a um povo, possuindo sua denominação própria. A partir da década de 70 os índios perceberam que seria melhor aceitar esta terminologia, pois assim fortaleceriam seus povos, principalmente na sua identidade e na demarcação de seu território. Então, a partir da denominação pejorativa passaram a ser capazes de unir povos historicamente distintos e rivais na luta por direitos e interesses comuns.
Hoje, os povos indígenas, são menos reprimidos, tornando-se assim, capazes de retomar seus projetos sociais étnicos e identitários. Estão resgatando suas culturas e tradições que são valorizadas. Suas Terras estão sendo reapropriadas ou recuperadas. Sua linguagem vêm sendo reaprendida e praticadas nas aldeias e nas escolas indígenas Seus rituais e cerimoniais recuperados. Mas o povo indígena não que deixar de se modernizar, interagindo com outras culturas.
Penso que cabe a nós, educadores, sermos porta-vozes e mediadores da igualdade entre as diferentes etnias e culturas. Devemos salientar tudo o que existe de valoroso entre os diferentes, levando aos alunos a concepção de que todos somos seres capazes de produzir, ensinar e aprender de forma igual e que ninguém é inferior.
O holocausto, que significa o extermínio de dezenas de pessoas na Europa nazista, nunca mais se repetirá, é uma loucura. Para ele, sendo a sociedade dividida em grupos, pode facilitar a ocorrência de episódios semelhantes, pois estes grupos podem desenvolver um senso de superioridade aos demais, como ele próprio afirma. Percebemos estes episódios principalmente entre os mais jovens que se agrupam para içarem aquém das regras ditadas pela sociedade, regras de convívio e de respeito com os outros e com si próprios
Em seu texto, “Educação após Auschwitz”, Adorno nos passa a idéia de que cabe a escola se opor às barbáries que ocorreram e que poderão ocorrer novamente, pois cabe a ela desenvolver em nossos jovens o senso crítico, o tornando capaz de tomar suas próprias decisões, e não permitir que suas atitudes sejam direcionadas por outras pessoas que não ele próprio, tendo a ele autonomia sobre suas decisões e ações. Somente através da educação poderemos evitar que episódios como o de Auschwitz, se repita.
Percebo que, embora nossos jovens procurem grupos para se relacionarem, eles são muito sós, e precisam muitas vezes se virar sozinhos, pois muitas famílias não participam de suas vidas. Esta ausência familiar gera a falta de valores que muitas vezes causam o tal abandono de nossos jovens. A escola tem um papel fundamental nesse processo, principalmente no que se refere à consciência dos mecanismos que podem levar uma criança ao se tornar adulto um representante da barbárie.
21 maio 2009

Levando em conta a citação feita acima, procurei realizar a atividade de uma forma um pouco diferente do que foi pedida. Separei os alunos em duplas e lhes propus algumas perguntas para fazerem entre si. Com as respostas nas mãos, estas eram lidas para o restante do grande grupo. As perguntas sugeridas foram: Como você se sente sendo aluno desta escola? Você já foi tratado de forma diferente por alguém da escola? Você se sente diferente de alguém da escola?
Formamos o grupo para a discussão das respostas dadas, o que foi bem tranquilo. A atividade foi realizada com os alunos do SEJA, ou seja, com alunos adultos. Nenhum aluno colocou que já tenha passado por alguma situação que tivesse lhe causado algum tipo de constrangimento na escola, bem pelo contrário, todos colocaram que sempre foram tratados de forma igual por e a todos. Nossa escola tem alguns projetos que fazem parte de nosso cotidiano e que procuram tratar da igualdade, fraternidade e solidariedade entre as pessoas, dos quais destaco: Nação Periférica, Negras de Garra e Tribos. Estes projetos tratam de forma muito clara e aberta às tradições culturais dos negros, das comunidades periféricas, bem como todas as formas culturais de todos os que envolvem o universo da escola.

07 maio 2009
Sinceramente, estou há alguns dias tentando encontrar algo que realmente me cause curiosidade, mas nada...Não tenho interesse em saber como funciona o pensamento de crianças que possuem autismo, pois isto é um assunto que já deve ter sido visto e revistro por milhares de estudiosos. O que realmente me causa curiosidade é o porque os poderosos deixam que epidemias caiam sobre a população, sendo que stas já surgiram antes e não pensaram em tentar evitá-la para que não arrase a humanidade. Será que o interesse é em deixar que de tempos em tempos surjam estes riscos para diminuir um pouco a alta população terrestre? Isto sim me causa curiosidade.
17 abril 2009
MOSAICO

06 março 2009
"Escola é...
o lugar onde se faz amigos
não se trata só de prédios, salas, quadros,programas, horários, conceitos...
Escola é, sobretudo,
gente,
gente que trabalha,
que estuda,
que se alegra,
se conhece,
se estima.
O diretor é gente,
O coordenador é gente,
o professor é gente,
o aluno é gente,
cada funcionário é gente.
E a escola será cada vez melhor
na medida em que cada um se comporte
como colega, amigo, irmão.
Nada de ‘ilha cercada de gente por todos os lados’.
Nada de conviver com as pessoas e depois descobrir
que não tem amizade a ninguém
nada de ser como o tijolo que forma a parede,
indiferente, frio, só.
Importante na escola não é só estudar,
não é só trabalhar,
é também criar laços de amizade,
é criar ambiente de camaradagem,
é conviver, é se ‘amarrar nela’!
Ora , é lógico...
numa escola assim vai ser fácil
estudar, trabalhar, crescer,
fazer amigos, educar-se,
ser feliz."
de Paulo Freire